Prefeito suspeito de elo com PCC ameaça “expor” Rodrigo Garcia

O prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (Republicanos), que é suspeito de ter elo com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), publicou uma foto ao lado do governador e candidato à reeleição Rodrigo Garcia (PSDB) no Instagram e disse que os dois eram “parceiros” e mantinham “intenso contato no Palácio do governo”.

+ Colégio Santa Cruz completa 70 anos e lança podcast sobre sua história

Santos ainda ameaçou expor “detalhes” de atos que o irmão do governador, Marco Aurélio Garcia, teria feito a pedido do chefe do Executivo paulista. Marco Aurélio foi condenado a prisão pelo crime de lavagem de dinheiro, em esquema que ficou conhecido como a “máfia dos fiscais”, que desviou 500 milhões de reais da Prefeitura de São Paulo na gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab.

“Enquanto éramos parceiros e mantínhamos intenso contato no palácio do governo e em outros lugares estava tudo bem! Ou já se esqueceu? Por que não olha para dentro de sua própria casa, como por exemplo para seu irmão Marco Aurélio Garcia, que deve muita explicação à Polícia e ao povo paulista, ou o senhor quer que eu exponha detalhes do que ele fez ao seu pedido e ainda esta fazendo nesse exato momento?”, escreveu o prefeito na legenda.

Na publicação feita no Instagram na última quinta-feira (22), Ney Santos ainda reclama de críticas que Rodrigo Garcia teria feito a sua irmã, Ely Santos, que é candidata a deputada federal, sem especificar.

Campanha recente de Rodrigo relaciona Tarcísio de Freitas (Republicanos), seu adversário na disputa ao governo de São Paulo, a Ney Santos. Em um vídeo divulgado pelo tucano na semana passada, o candidato do Republicanos diz: “Ney, muito obrigado, por trazer as demandas de Embu das Artes. Com certeza a gente vai ter o maior carinho, vamos trabalhar juntos”. Tarcísio chegou a pedir direito de resposta na Justiça Eleitoral, mas o requerimento foi negado.

Ney Santos já foi detido duas vezes, já foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por porte ilegal de arma de fogo e, em abril, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) manteve a cassação dele e de seu vice, Hugo Prado (MDB), por abuso de autoridade. Entretanto, no último dia 7, o ministro André Mendonça do Supremo Tribunal Federal concedeu uma liminar para suspender a cassação.

Procurada, a campanha de Rodrigo não comentou.