A maioria dos operários mortos no desabamento de um prédio em reforma na Avenida Mateo Bei, em São Mateus, na Zona Leste, era do Maranhão. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgou os nomes dos mortos confirmados até agora:
Orcilan Costa da Silva, 19 anos, era de Mirador (MA). Raimundo Barboza de Souza, 38, e Felipe Pereira Santos, 20 anos, eram de Imperatiz (MA), a segunda maior cidade do Estado depois da capital, São Luís. Marcelo de Sousa Rodrigues, 22 anos, e Leidiano Teixeira Barbosa, 27, vieram de Barra do Corda (MA). Antônio Carlos Carneiro Muniz, 36 anos, era de Grajaú (MA). Raimundo Oliveira da Silva, de 29 anos, era de Iguatins, no Tocantins. A polícia só não sabe ainda a cidade natal de José Ribamar Soares do Nascimento, de 20 anos, a oitava vítima, e de Claudemir Viana de Freitas, a nona vítima, cujo corpo foi encontrado na manhã de quinta-feira (29) e reconhecido por familiares que estavam no local. A Salvatta Engenharia, que contratou os trabalhadores, vai arcar com o custo do traslado dos corpos.
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Na manhã desta quarta (28), a Polícia Civil abriu inquérito para apurar de quem é a responsabilidade pelo desabamento. Três operários que trabalhavam na obra e sobreviveram já prestaram depoimento. A Salvatta Engenharia, empresa responsável por avaliar as condições da obra, informou que custeará o traslado dos corpos para as cidades de origem das vítimas, muitas das quais eram parentes.
O acidente aconteceu às 8h30 de terça-feira (27) e deixou outros 26 feridos. O Corpo de Bombeiros continua no local e busca uma última pessoa que ainda está soterradas. Com a ajuda de cães farejadores, a equipe acredita ter localizado as últimas duas vítimas e agora trabalha para retirá-la.
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Uma das últimas vítimas retiradas na terça-feira do local das obras, Felipe Pereira Santos, de 20 anos, trabalhava no almoxarifado. Por volta das 21h de terça, a mãe dele, Maria de Fátima Pereira Santos, estava em frente ao local da tragédia e esperava encontrar o filho com vida. Desesperados, os pais reconheceram o corpo do filho durante a operação de resgate por uma tatuagem com um símbolo do Corinthians que ele tinha numa das pernas. “Perdi minha vida”, disse Francisco Feitosa, pai do jovem.
Entre os resgatados com vida, um deles, Rubens Feitosa, pediu ajuda pelo celular. Os sobreviventes chegaram a ficar três horas soterrados, como foi o caso do pintor Gleison Feitosa, primo de Felipe Pereira Santos, que saiu sem ferimentos. Ele e Rubens estavam ontem à noite no local do desabamento e ajudaram os Bombeiros a localizar os corpos. Cerca de 35 pessoas trabalhavam na obra.
Pilares fracos
Segundo Gleison, a fragilidade da obra não era novidade para os trabalhadores. “Dava para perceber que o prédio não estava legal. A construção era muito grande e os pilares fracos. Parecia que não ia aguentar o peso da laje”, disse o pintor.
No local, estava sendo construída uma nova loja da rede Magazine Torra Torra. Em nota, a assessoria de imprensa da empresa informou que o prédio não é propriedade da rede e seria ocupado apenas após o término das obras. O edifício que desabou pertence a Mostafa Abdallah Mustafá. De acordo com o advogado de Mustafá, Edmilson Carlos dos Santos, o prédio foi alugado no último dia 25 (domingo) para a rede Torra Torra, que começou a fazer uma obra de melhoria no imóvel.
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Testemunhas
Quem circulava pela Avenida Mateo Bei na manhã de terça presenciou o desabamento. O empresário José Honório da Silva, que mora na região, passou em frente à obra cinco minutos antes do acidente. “A casa tremeu e levantou uma poeira branca.”
Interdições
A Defesa Civil vistoria os edifícios próximos para saber se eles podem ter tido a estrutura comprometida pelo desabamento. Até agora, quatro residências e dois estabelecimentos comerciais foram interditados. A CET orienta que motoristas evitem a região e interditou a Avenida Mateo Bei nos dois sentidos, na altura da Avenida Maria Cursi.
Os feridos foram levados para os hospitais de São Mateus, Cidade Tiradentes, Tatuapé, Sapobemba e Santo André.