Presença constante na programação da cidade, Candido Portinari (1903-1962) está de volta, agora no Museu de Arte Moderna. Sob curadoria de Annateresa Fabris, ‘No Ateliê de Portinari’ reúne noventa pinturas e desenhos. Não se trata de uma retrospectiva, segundo o curador do MAM, Felipe Chaimovich. “Procuramos estabelecer um recorte nos anos de formação do artista”, diz ele.
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Alguns blocos temáticos amarram a mostra, a exemplo da época de estudante da Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Há o período da viagem para a Europa em 1929 — no continente, conheceu a produção de modernistas do calibre de Pablo Picasso (1881-1973), de grande influência em seu trabalho, mas também travou contato com o renascentista Paolo Veronese (1528-1588), em quem se inspirou na composição de retratos de grandes grupos.
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Outros módulos incluem criações públicas de grande porte (o painel para o Ministério da Educação e Saúde, no Rio de Janeiro, por exemplo), cenas do imaginário popular brasileiro e um breve flerte com a abstração. A seleção mistura obras emblemáticas de Portinari, como O Sapateiro de Brodowski e Domingo no Morro, e pérolas raras, caso de um retrato do poeta Olegário Mariano, realizado em 1926. Destaca-se a série de telas que reproduzem sua mulher, Maria. “Conseguimos observar ali a variedade de estilos experimentados pelo pintor durante a aprendizagem”, explica Chaimovich.