Fenômeno da internet, o grupo de humor Porta dos Fundos lança um livro homônimo (Editora Sextante, 240 páginas, R$ 49,90) com os roteiros dos vídeos mais vistos, comentários dos autores e fotos. Na ocasião, estarão presentes, entre outros integrantes, Fábio Porchat e Gabriel Esteves.
SERVIÇO: Livraria Cultura. Avenida Paulista, 2073 (Conjunto Nacional), ☎ 3170-4033, ① Consolação. Quarta (7), 18h.
Leia a introdução do livro:
“Porta dos Fundos é um coletivo criativo criado por amigos e para amigos. Simples assim. A ideia de sair da TV e migrar para uma mídia na qual seríamos nossos próprios editores, chefes e velhinhos que censuram baseados na moral e nos bons costumes — que pregam mas não colocam em prática — parecia bastante atraente e promissora. E foi. Hoje os profissionais envolvidos no Porta dos Fundos estão mais felizes porque são (vejam só!) amadores. Mas amadores na essência, porque amamos fazer o que fazemos.
E depois de um ano de muita alegria, diversão e altas confusões, essa turminha animada virou livro. Colocamos o preto no branco — nem tanto, o livro é bem colorido — e o Porta dos Fundos agora pode ter alguns dos seus roteiros lidos na rua, na chuva, numa casinha de sapê, no Spoleto ou até na academia entre um urso e outro. Ah! Optamos por incluir nos textos originais os sempre providenciais improvisos do elenco.
Durante muito tempo a internet foi território dos virais involuntários. Bêbados em porta de delegacia dividiam espaço com vídeos de âncoras cometendo gafes e gatos caindo do sofá (eventualmente, surgia um bêbado caindo do sofá). Acreditava-se que era preciso ser involuntariamente cômico para funcionar. Os poucos virais voluntários consistiam em adolescentes dando opinião em frente à webcam (cuja comicidade não foi ainda explicada).
O Porta surgiu no momento em que se começou a perceberque um produto para a internet não precisa ser necessariamente tosco. Ou involuntário. O povo da internet não é diferente do resto do povo: ele quer qualidade.
Cada um dos textos presentes aqui passou por uma equipe de redatores perfeccionistas, frescos e mimados, e foi reescrito pelo menos uma vez. Nunca filmamos nenhum roteiro que não passasse por esse crivo. Na maioria das vezes, é bem divertido. Mas quando uma ideia é atacada com fervor, as reuniões podem ser intermináveis.
E, na hora do set, o trabalho continua. A pergunta que a gente mais faz é: “Isso tá realmente engraçado?” Quando não tá, alguém diz: “Não tá.” E o vídeo, mesmo que já tenha sido produzido, filmado ou editado, não vai ao ar. A gente aprendeu a jogar fora. Em compensação, o que você vê no nosso canal a gente ama. E, se atacarem, a gente vai defender com unhas e dentes.
Quando alguém não gosta de um vídeo e diz que vai nosprocessar, a gente tem a consciência tranquila. Lembramos das reuniões intermináveis e de como foi difícil chegar àquele texto do vídeo. Quem não gosta só pode ser uma pessoa muito sozinha que está querendo atenção. Ou seja, aqui neste livro há gargalhadas, tempo, amor e orgulho. E tudo isso para vocês, que são nossos amigos.”