A polícia prendeu nessa terça-feira (15) dois homens suspeitos de terem assaltado a joalheria Amsterdam Sauer, no Shopping Iguatemi, um dos principais centros de luxo da cidade. O crime aconteceu em fevereiro deste ano.
Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), os suspeitos Rafael de Oliveira da Silva e Paulo Henrique Bandeira Junior se disfarçaram para despistar a equipe de segurança do local. Paulo vestia um jaleco branco, como um médico, e Rafael, de bermuda e camiseta, ficava em atitude suspeita em frente ao local para atrair os vigilantes. A dupla acabou detida no Jabaquara, também na Zona Sul da capital na noite de terça, e confessou o crime. Um terceiro suspeito está foragido.
De acordo com o delegado Jan Plzak, os dois foram indiciados pelo crime de roubo e estão em prisão temporária. Eles devem responder também pelo crime de associação criminosa. A polícia chegou aos suspeitos por meio de uma investigação sobre recepção de metais. Uma fonte afirmou que conhecia os dois jovens que haviam roubado o Iguatemi e passou as informações.
Em depoimento, os dois suspeitos, que não possuem passagem pela polícia, dizem que foram chamados por um homem conhecido por “Gordão” para praticar o roubo. Esse sujeito teria informações privilegiadas sobre o shopping, fornecidas possivelmente por um funcionário do local, disse o delegado. “Acreditamos que seja um segurança”, disse. “Eles disseram que pessoas mal vestidas e negras são visadas, por isso Rafael foi maltrapilho e o outro de médico.”
O delegado conta que, ao chegar à loja, Paulo, que estava armado, sabia o nome da funcionária responsável pela chave do cofre (confira as imagens da câmera de segurança). Ele saiu da loja com uma sacola com mercadorias avaliadas em aproximadamente 400 000 reais. “Havia outro homem armado no shopping, que dava cobertura. Quando Paulo saiu da loja, eles se encontraram e seguiram para o estabelecimento de artigos esportivos Bayard, que acreditavam ter saída para a rua. Ao chegaram lá, encontraram a porta bloqueada”, contou o delegado.
Os homens então atiraram contra o vidro, causando pânico no local e fugiram em um carro roubado, dirigido por outro homem que eles dizem não conhecer. Algumas lojas foram fechadas às pressas. “O Rafael, que distraía a segurança, saiu a pé. Ele não praticou nada, só precisava distrair a equipe de segurança. Os jovens contam ter recebido 15 000 reais pelo crime da mão desse ‘Gordão’”. As joias não foram recuperadas.