A polícia segue à procura da gangue que aplicava o golpe “Boa Noite Cinderela” em bares da cidade. As seis mulheres, com idades entre 17 a 23 anos, foram identificadas e estão com mandado de prisão decretado. Em novembro, T.S.B, de 17 anos, foi levada à Fundação Casa. Ela é mãe de um menino de 3 anos, que ficou aos cuidados da avó materna.
A tia dela, de 20 anos, também pertence ao grupo. Ela e as outras amigas seguem foragidas em outros municípios de São Paulo. Uma teria viajado para a região Norte.
“Apesar da pouca idade, T. era a mentora delas: não trabalhava, não estudava e se especializou nesse golpe. Ela comprava os medicamentos e fez muitas vítimas na cidade”, diz Milton Toschi, delegado titular do 51º Distrito Policial, no Butantã, responsável pela investigação.
Na confissão, T. disse que as garotas aplicavam todo o processo: a abordagem, a aplicação de remédio nas bebidas dos rapazes e até o roubo, quando todos estavam inconscientes. Mas a polícia investiga se há participação de mais pessoas.
A gangue foi identificada em novembro, dias após ter aplicado o golpe em cinco jovens no Rei das Batidas, no Butantã. O crime aconteceu em 28 de outubro.
Os rapazes começaram a trocar olhares com as meninas, que estavam numa mesa próxima, e os dois grupos se enturmaram. Todos relatam que sofreram um lapso de memória e não se lembram de quase nada.
Quando eles retomaram a consciência, as “cinderelas” já haviam sumido de vista, depois de surrupiar celulares, cerca de 110 reais em dinheiro, cartões de banco, carteiras do plano de saúde, documentos, vale-refeição, bilhete único e até uma carteirinha de associado do Palmeiras. Um rapaz ainda teve o carro roubado, mas a polícia recuperou o veículo dois dias depois.
Uma das vítimas foi encontrada em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, com lesões no corpo e na cabeça. Ele foi socorrido ao Hospital Leforte, na Zona Sul da capital, e precisou passar por cirurgia, após sofrer uma fratura no osso da face. Teve alta uma semana depois.
Ele e seus amigos retomaram o cotidiano normal. “Mas estamos bem mais cuidadosos ao ir a qualquer barzinho ou festa”, diz um deles.
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