Os parques e praças são sempre uma alternativa de lazer para as famílias. Entre quilômetros de verde, as crianças não resistem aos bons e velhos playgrounds. Mas o estado de conservação dos equipamentos é uma preocupação dos pais, por isso avaliamos dezoito endereços espalhados por todas as regiões da cidade.
Em nossas visitas, encontramos balanços quebrados, acúmulo de lixo, correntes enferrujadas, gramado sem poda e tanques de areia cheios de água. Mas no cálculo geral, só a minoria estava sem condições de uso, como o Parque Municipal do Carmo, em Itaquera, na Zona Leste. Este foi o pior em nossa avaliação, com brinquedos mal conservados, grama alta, poucos bebedouros e asfalto cheio de falhas.
Os demais problemas se revelaram pontuais. Os parques da Juventude, Vila dos Remédios, do Ibirapuera e da Aclimação, supervisionados pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente, tinham equipamentos danificados. Em resposta, a secretaria afirmou ter identificado o problema e que os reparos serão realizados ainda neste semestre.
Entre os melhores endereços estão o Parque do Povo e o Parque Villa-Lobos, únicos que se livraram do quase unânime balanço com defeito. Isso ocorre, justificam as administrações dos locais, porque adultos também costumam brincar e as correntes não aguentam o peso.
Confira abaixo a avaliação completa:
CENTRO
Há dois modestos playgrounds e, apesar dos poucos brinquedos, falta manutenção. As correntes dos balanços estavam enferrujadas no dia de nossa visita e aos assentos faltava uma camada de tinta nova. Além disso, o tanque de areia tinha água acumulada de chuva, ao invés da própria areia.
Durante a semana, o parque está sempre cheio. O espaço reúne trabalhadores do Centro, aposentados e pais que levam os filhos antes ou depois do colégio. No playground, existem três brinquedos novos, de madeira, em ótimo estado de conservação. Esquecidos, ao lado deles, estavam os mais antigos: um túnel de concreto e um tanque de areia vazio. Uma boa e surpreendente opção.
Reduto dos moradores do bairro de Higienópolis, o espaço Praça das Mães (dentro do endereço) chega a receber comemorações de aniversários infantis. As famílias levam lanches de casa e chamam os amiguinhos para a festa. Um amplo gramado e um pequeno playground cercado por grades garantem a diversão. Os equipamentos estão razoavelmente conservados e limpos.
ZONA NORTE
Aqui também são duas áreas de playground, uma perto dos campos de futebol e outra, da quadra poliesportiva. São pequenos se comparados ao tamanho do parque, de 174 hectares, mas bem administrados. De madeira, há casinhas, escorregadores, gangorras e balanços, todos instalados em gramado e terra. No geral, a infrestrutura é boa, mas encontramos um balanço quebrado, totalmente sem condições de uso.
Embora os brinquedos de madeira estivessem um pouco desgastados pelo tempo, eles apresentavam bom estado. Nada estava quebrado ou danificado. Para quem gosta de esporte, o passeio é ainda mais divertido. O parque oferece pistas de skate e quadras, quase sempre lotadas por crianças e adolescentes.
A manutenção dos playgrounds deixa a desejar, e são poucas as instalações. Em gerão, os brinquedos são velhos, enferrujados e sujos. Os balanços e escorregadores, entretanto, estão em condições de uso. Como opção, vale a pena levar brinquedos de casa e deixar a garotada se jogar nos gramados.
ZONA OESTE
É muito frequentada pelos moradores de Pinheiros com seus cães, pois possui até uma pista para caminhada. Repleta de árvores, algumas frutíferas, oferece ainda um playground ótimo para a família. A grama estava bem cortada e os equipamentos de madeira, bem conservados.
A Prefeitura reluta em atender aos pedidos dos moradores do bairro a respeito do local, visivelmente abandonado. Pais e funcionários da Creche Fraternidade Maria de Nazaré, próxima à praça, uniram-se várias vezes para ao menos fazer limpeza e poda do gramado. Os brinquedos do playground não estão estragados, mas é impossível usá-los, pois o entorno é muito mal cuidado e tem lixo acumulado. “A Prefeitura chega a demorar meses para atender a uma solicitação de limpeza. Pagamos R$ 120,00 para a poda”, conta a diretora da creche, Aparecida Junqueira Pinto, de 65 anos. Em resposta, a Subprefeitura Pinheiros informou que fará a limpeza da área e o corte da grama. Em relação ao playground, uma vistoria será realizada e, se forem constatados problemas nos equipamentos, será providenciada a manutenção.
Um verdadeiro respiro no vai e vem de carros e motos da Avenida Sumaré. Quem caminha no canteiro central pode atravessar a via e encontrar uma ótima opção de lazer para as crianças. Mantida pelo Hospital Samaritano, oferece equipamentos novos, como uma casinha de madeira com escorregador e balanço. O tradicional gira-gira também faz sucesso entre a garotada. Se os pais não quiserem ficar parados, outro atrativo da praça são cinco aparelhos de ginástica para adultos. Cartazes explicam como utilizar cada equipamento e qual região do corpo ele trabalha.
As atrações para as crianças no Parque da Água Branca são muitas. Há atividades culturais e educativas aos finais de semana, além de uma atmosfera rural que coloca a garotada em contato com a natureza. A diversão é garantida, mas os dois playgrounds são péssimos. O primeiro é de madeira e seus balanços, gangorras e outros equipamentos estão todos quebrados. O segundo, um pouco melhor, é de ferro. As instalações têm ferrugem, mas ainda assim são usadas pelas crianças. Devido às fortes chuvas do último dia 15, a queda de uma árvore causou a interdição deste último. De acordo com a diretora Maria Lúcia Libois, de 65 anos, a reforma do espaço de madeira já foi iniciada.
Os brinquedos são bem conservados no geral. A área de playground é grande e equipada com casinhas de madeiras, escorregadores, argolas, entre outros. O espaço ao redor dos brinquedos está repleto de bancos e quiosques onde os pais podem se sentar para monitorar as crianças.
ZONA LESTE
Prepare-se para andar. Durante a semana, fica aberta apenas a entrada para carros pela Avenida Afonso De Sampaio e Sousa. Para chegar ao playground, é preciso atravessar para o outro lado do parque, que ao todo tem 200 hectares. Um primeiro espaço reserva dois brinquedos para crianças: muito ruins, porque são velhos, estão enferrujados e há sujeira pelo chão. O segundo, maior, conta com dez equipamentos em estado um pouco melhor.
Parque Ecológico do Guarapiranga
Respeitando as normas de preservação do meio ambiente, oferece brinquedos de madeira em dois playgrounds. Um deles, próximo à entrada principal, é chamado de Parque de Aventuras e disponibiliza cinco brinquedos, entre balanços e gangorras, em bom estado. O passatempo fica completo no segundo playground, perto das quadras. Também de madeira e bem conservado.
Após muita reclamação dos frequentadores, os dois playgrounds passaram por reforma, em dezembro e janeiro. Cerca de vinte equipamentos de madeira foram restaurados: balanços, gangorras e trepa-trepa ganharam pintura e não estão mais enferrujados. Agora, o administrador Claudeir Gonçalves, de 40 anos, pede à Secretaria do Verde e Meio Ambiente verba para também reformar a “academia” de ginástica da terceira idade.
ZONA SUL
O playground possui apenas duas estruturas, mas muito bem conservadas. Aos fins de semana, sempre é possível ver crianças no brinquedão ou na gangorra. Pequenas trilhas de área verde também são atrativas para a garotada. Os equipamentos são de madeira.
Ao lado da recém-reformada marquise, está instalado um playground em meio à natureza. O brinquedão para crianças menores é amortecido por um piso especial. Os demais ficam na grama e são beneficiados pelas sombras de árvores. Alguns pais se sentam ali mesmo enquanto os filhos brincam. Entre os tradicionais gangorra e escorregador, nada estava quebrado. Além disso, uma inusitada tirolesa é disputada pelas crianças. Ao chegar ao balanço, a surpresa: um deles havia sido retirado, pois estava quebrado. No geral, entretanto, percebe-se que há manutenção. O parque tem condições de receber seus muitos visitantes. Um segundo playground, do outro lado do parque, também vive cheio. Ele é parecido com o primeiro, com brinquedos de madeira, mas é maior, com mais de vinte opções equipamentos.
Atrás do Museu do Ipiranga, esconde-se a parte mais aconchegante do endereço que reproduz os jardins do Palácio de Versalhes, na França. Há sombra natural, vinda de muitas árvores, e uma pista para caminhada. Em um canto, fica o discreto playground, com quatro tipos de brinquedo, em ótimo estado. Também vale dar uma voltinha pelo museu, que guarda preciosidades da história do país.
O playground é um dos melhores da cidade. Indicados para crianças de até 10 anos, mais de dez brinquedos estão em boas condições e o espaço é limpíssimo. Além das tradicionais gangorras e brinquedões, o diferencial são os equipamentos para os pequenos de até 2 anos ficarem sentados, enquanto a criançada se diverte. Os pais podem esperar em banquinhos que contornam a área.