Um aviso afixado na entrada do Planetário do Parque Ibirapuera, na Zona Sul da capital, neste domingo (5) afirma que, juntamente com o Planetário do Carmo, o espaço “está com sua atividades suspensas por cortes injustificados na equipe”. A paralisação foi organizada por funcionários do local.
O diretor dos Planetários de São Paulo, Fernando Nascimento, foi um dos exonerados na última sexta-feira (3). Ele afirma não ter sido comunicado da decisão por nenhum quadro da prefeitura, e descobriu que havia sido desligado do seu cargo através do Diário Oficial.
Nascimento, físico de formação, disse a VEJA SÃO PAULO que questionou o motivo de sua demissão ao secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo de Castro, que, por sua vez, garantiu não saber a origem das mudanças na pasta.
São Paulo tem três planetários mantidos pela iniciativa pública atualmente, um no Parque do Carmo e outro no Ibirapuera, que fazem parte do departamento de Coordenação de Educação Ambiental e Cultura de Paz e eram administrados pelo físico; e um no CEU de Parelheiros, que responde à Secretaria de Educação. Mas isso pode mudar em breve.
O prefeito Bruno Covas afirmou à reportagem na última quarta-feira (1) que a prefeitura trabalha para entregar o Plano Diretor do Parque Ibirapuera num prazo de dois meses, quando o espaço passa a ser administrado pela iniciativa privada. Ainda não se sabe se a administração do Planetário Aristóteles Orsini também mudará de mãos.
A trajetória destes espaços que referenciam a astronomia é marcada por dificuldades. No Ibirapuera, o local foi inaugurado em 1957 e precisou passar por obras estruturais em três ocasiões: 1995 e 1997, 1999 a 2006 e entre 2013 e 2016.
O Planetário Municipal Acácio Riberi, no Carmo, teve menos sorte ainda. Inaugurado em 2005, fechou pela primeira vez já em 2007, tendo voltado às atividades somente em 2016. Predecessor de Covas na prefeitura, João Doria chegou a dizer que gostaria de passar o comando dos planetários para a iniciativa privada. Juntos, Carmo e Ibirapuera receberam 115 mil visitantes em 2018. Em 2017 foram 250 mil.
Em nota, “a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) informa que tanto as exonerações, quanto contratações objetivam a readequação do seu quadro funcional, não havendo qualquer relação com o plano de concessão dos parques. Esse ajuste é fruto de estudo que vem sendo realizado há alguns meses para agilizar a atuação e os processos internos da pasta.”