Avatar do usuário logado
OLÁ,

Pimp My Carroça quer levar arte de rua a carrinheiros

Projeto usa sistema de crowdfunding para para personalizar 50 carroças paulistanas

Por Taís Hirata
Atualizado em 5 dez 2016, 17h11 - Publicado em 9 Maio 2012, 13h04

Todos os dias, Sérgio Bispo, 50 anos, percorre o trajeto da Rua do Glicério, na região central, à Avenida Paulista, às vezes até a região da Barra Funda. No trajeto, puxa sua carroça, que chega a transportar até meia tonelada de material reciclável todos os dias, em uma carga horária que varia entre 16 a 18 horas diárias.

+ Os podres do nosso lixo

+ O papel municipal na questão do lixo

+ Piratas da reciclagem

Continua após a publicidade

+ São Paulo reúne centenas de pontos de descarte irregular de lixo

Assim como Bispo, segundo o Instituto Polis, cerca de 20 mil carroceiros partilham da mesma jornada diária. A renda média mensal gira entre R$ 420 e R$ 520 e pode chegar a R$ 800 com o aumento da carga horária de trabalho. São recolhidos em média 600kg de material reciclável por dia, o que representa 15 toneladas por mês.

Ainda assim, os catadores sofrem forte discriminação por parte dos motoristas com quem repartem as ruas de São Paulo. “Sou discriminado, mas levo de boa. Tem de levar com alegria, não adianta xingar de volta”, afirma Bispo, membro da cooperativa no Glicério.

Continua após a publicidade

Há cinco anos, enquanto pintava os muros da cidade, Thiago “Mundano”, 26 anos, reparou em uma dessas carroças que seguia pela pista da direita, atrapalhando o trânsito dos carros. Em vez de enxergar um transtorno, pesquisou e descobriu que 90% de tudo que é reciclado no Brasil vêm dos catadores de lixo. Os dados são do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis – MNCR (2010).

Assim surgiu o Pimp My Carroça, para levar arte de rua aos “carros” desses coletores de material reciclável. O objetivo é tirar os carroceiros da invisibilidade, além de instalar itens de segurança como retrovisores, faixas reflexivas, cordas e luvas. “Pensei nos acessórios depois que puxei uma carroça para sentir as dificuldades.” O projeto também prevê atendimento médico, incluindo oftalmologista e especialista em dependência química.

Mundano diz que 159 carroças já foram “pimpadas”, tanto em cidades brasileiras quanto internacionais, como Santiago do Chile, Nova York e Buenos Aires. Agora, ele pretende personalizar outras 50 delas em São Paulo. Para atingir a meta, recorreu ao site de crowdfunding Catarse para arrecadar R$ 38.200.

Para contribuir para o projeto, até amanhã (10), basta entrar na página do Pimp My Carroça no Catarse e clicar em “Quero apoiar este projeto”. Para mais informações sobre o site de crowdfunding e sobre como efetuar a doação, clique aqui.

Publicidade