A PF apreendeu na manhã desta quarta-feira (14) na Casa da Dinda, residência do senador Fernando Collor (PTB-AL), carros de luxo — um Porsche, uma Ferrari vermelha e um Lamborghini. A ação integra a Operação Politéia, que cumpre 53 mandados de busca e apreensão envolvendo pelo menos três senadores, um deputado federal, além do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA) e o ex-deputado federal João Pizzolatti (PP-SC).
Também foram alvo das ações os senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), além de Collor. O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), líder do PP na Câmara, também foi alvo das ações. A operação é a primeira deflagrada no âmbito dos inquéritos abertos em março no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar suposto envolvimento de políticos no esquema de desvios da Petrobras.
Além dos carros de luxo na casa do ex-presidente, a Polícia Federal apreendeu ainda 3,67 milhões de reais em uma empresa em São Paulo, alvo da Operação Politeia. O dinheiro, em espécie, levou horas para ser contado. Os agentes não informaram qual investigado mantinha a quantia.
As ações estão sendo realizadas em Brasília e em seis Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Bahia, Santa Catarina e Pernambuco. O ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL) classificou como “invasiva e arbitrária” a operação da Polícia Federal, que cumpriu um mandato de busca e apreensão nesta terça-feira em seu apartamento em Brasília.
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“A defesa do senador Fernando Collor repudia com veemência a aparatosa operação policial realizada nesta data em sua residência. A medida invasiva e arbitrária é flagrantemente desnecessária, considerando que os fatos investigados datam de pelo menos mais de dois anos, a investigação já é conhecida desde o final do ano passado, e o ex-presidente jamais foi sequer chamado a prestar esclarecimentos”, diz a nota publicada no Facebook de Collor.
O texto diz ainda que o senador já se colocou à disposição para ser ouvido pela Polícia Federal, mas que, por duas vezes, o depoimento foi desmarcado na véspera. “Medidas dessa ordem buscam apenas constranger o destinatário, alimentar o clima de terror e perseguição e, com isso, intimidar futuras testemunhas” diz a nota.
Collor criticou ainda o que chamou de desrespeito às garantias individuais pelo “Estado policial”. “Se nem os membros do Senado Federal estão livres do arbítrio, o que se dirá do cidadão comum à mercê dos Poderes do Estado”, afirmou.