Avatar do usuário logado
OLÁ,
Continua após publicidade

Pelo terceiro ano seguido, mundial de F1 será definido em São Paulo

Sete aviões Jumbo trouxeram da China as 22 máquinas que vão compor o grid de largada

Por Edison Veiga
Atualizado em 5 dez 2016, 19h25 - Publicado em 18 set 2009, 20h32
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Quando for dada a largada do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, às 14 horas deste domingo (21), o mundo do automobilismo estará a 71 voltas da definição do campeão de 2007. Pela primeira vez na história da competição, o favorito é um novato de 22 anos, estreante na categoria: com 107 pontos, o inglês Lewis Hamilton tem 4 de vantagem para seu companheiro de McLaren, o espanhol bicampeão do mundo Fernando Alonso. Em seguida, aparece o finlandês Kimi Raikkonen (100 pontos), aposta da Ferrari. No outro cockpit ferrarista, o paulistano Felipe Massa, que no início do ano era apontado como forte candidato a levar o campeonato, derrapou o suficiente para ficar de fora da disputa na antepenúltima prova da temporada – na classificação geral, ele aparece em quarto, com 86 pontos. Mesmo assim, não desanima. E espera alegrar a torcida brasileira com um repeteco da vitória ocorrida há um ano em Interlagos. “Vou lutar para vencer, como sempre faço, e acredito que minha equipe tem boas chances por aqui”, afirma.

    Fora das pistas, a Fórmula 1 é um negocião para a cidade, embora a prefeitura gaste muito para organizá-la – neste ano foram injetados 30 milhões de reais. De acordo com um levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a cada 1 real investido na corrida, outros 3,20 entram na cidade. Os hotéis ficam lotados, 14 000 empregos diretos e indiretos são criados, a arrecadação de impostos aumenta e 120 000 pessoas, paulistanos e turistas, ocupam as arquibancadas para assistir aos treinos e à corrida. A movimentação começa antes, já nos preparativos. Trezentas toneladas de parafernália das equipes, inclusive os 22 carros, vieram da China em sete aviões Jumbo e desembarcaram no Aeroporto de Viracopos, em Campinas. De lá, entre os dias 11 e 13, foram trazidas para São Paulo em um comboio formado por 120 carretas, escoltadas por carros de segurança. Acompanhar a corrida no autódromo pertinho dos barulhentos motores é um sonho que custa caro. Os ingressos variam de 300 a 1 865 reais – vips e sortudos disputam, todos os anos, as 2 500 vagas em um dos camarotes de empresas patrocinadoras.

    Mas nem sempre houve tanto glamour. Em 30 de março de 1972, a primeira corrida de Fórmula 1 disputada no Brasil nem valeu pontos para o campeonato. Serviu apenas para homologar a entrada do país no calendário do ano seguinte. Os ingressos custavam bem menos – em valores atuais, de 33 a 67 reais. Na véspera da prova, o garoto José Carlos Barbirotto, então com 12 anos, esperou que os pais dormissem para tomar um ônibus de Santana, onde morava, até Interlagos. Ansioso, aguardou o dia amanhecer para assistir ao GP assim, escondido. “Estive em todas as competições realizadas em São Paulo”, conta. Em 1992, tornou-se um dos 400 voluntários que trabalham na organização e fiscalização da corrida. Desde então tira suas férias – ele ganha a vida como analista de sistemas – de acordo com o calendário do automobilismo. “São duas semanas em que chego às 7 horas e só vou embora do circuito por volta das 9 da noite”, diz. Quando começou, atuava como empurrador, ajudando a tirar os carros da brita, por exemplo. Fez carreira e, no ano passado, tornou-se diretor adjunto de resgate. Durante a corrida, fica na mesma sala que o diretor de prova, Carlos Montagner, e o diretor de corridas da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Charlie Whiting. Dezoito monitores mostram todos os trechos da pista para que os diretores controlem e orientem o esquadrão de voluntários. Em caso de acidente grave, o aparato médico é acionado. Mantido pelo Hospital São Luiz, funciona em Interlagos um centro com UTI, sala para exames radiológicos, laboratório de análises clínicas… Até um centro cirúrgico é montado ali. “Se necessário, temos ainda dois helicópteros à disposição”, diz o diretor médico, Dino Altmann. “Em três minutos podemos levar um piloto à unidade do Morumbi ou do Itaim.”

    Com o ingresso na mão, o problema passa a ser o trânsito, que se torna caótico nos arredores do autódromo em dias de GP. Há duas opções para fugir dele. Uma delas, nova e baratinha, é o trem. A CPTM inaugurou na quarta-feira (17) a Estação Autódromo, na Linha C, a 600 metros do circuito. O bilhete custa 2,30 reais, e o sistema está integrado ao metrô. Quem quiser conforto, e estiver disposto a pagar por isso, pode ir de helicóptero. A empresa LRC cobra 700 dólares por pessoa para levar e trazer de qualquer heliponto da cidade ao circuito com hora marcada. Afinal, para quem curte velocidade e fica atento aos milésimos de segundo, nada pior do que passar a manhã de domingo preso em um congestionamento.

    Publicidade

    Publicidade