Dos 321 filmes lançados em São Paulo no ano passado, apenas sete vieram da Itália. Ou seja, pouco mais de 2% das estréias. A França, para se ter uma idéia, emplacou 28 títulos. Há, contudo, uma antiga predileção do paulistano pelas fitas italianas. Tome-se como exemplo a expressiva acolhida à comédia dramática Meu Irmão É Filho Único, em cartaz desde 1º de agosto. Vem em boa hora, então, a Semana Pirelli de Cinema Italiano, que começa na sexta (19) em três salas da cidade.
Há novidades nesta quarta edição do evento, promovido pela Câmara Ítalo-Brasileira de Comércio e Indústria. Além do Iguatemi Cinemark, que marcou presença nos três anos anteriores, entram no circuito salas do Cidade Jardim e do HSBC Belas Artes. A mostra, antes restrita a produções contemporâneas, trará de volta à telona uma ótima seleção de reprises em comemoração ao quadragésimo aniversário da revista VEJA. É a oportunidade para ver ou rever grandes momentos do passado italiano – do na época escandaloso O Último Tango em Paris (1972), de Bernardo Bertolucci, ao comovente Um Dia Muito Especial (1977), estrelado por Sophia Loren e Marcello Mastroianni. A retrospectiva tem parte do foco na política, temática de filmes produzidos desde os anos 60, como Antes da Revolução, até a década de 90, representada por O Senhor Ministro.
Na quinta (18), um coquetel para convidados no cine Iguatemi celebrará o encontro de artistas brasileiros e italianos. Devem estar presentes a bela atriz Ornella Muti, o cineasta Francesco Patierno (da comédia Il Mattino Ha l’Oro in Bocca) e Lamberto Mancini, diretor dos lendários estúdios romanos Cinecittà. Anualmente são realizados cerca de setenta longas-metragens na Itália, fora as co-produções. Não foi fácil para Erica Bernardini, curadora da mostra e diretora de marketing da Câmara Ítalo-Brasileira, escolher apenas seis títulos recentes e inéditos por aqui. “Eles foram dirigidos por uma nova leva de realizadores que hoje a Itália se orgulha em mostrar para o mundo todo”, explica. Vale a pena conhecê-los.