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Número de paulistanos acima do peso subiu 15% nos últimos quatro anos

Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, metade da população de São Paulo sofre com excesso de peso

Por Maria Paola de Salvo
Atualizado em 29 dez 2016, 14h24 - Publicado em 23 jul 2010, 23h23
2175 Márcio Ribeiro
2175 Márcio Ribeiro (Wagner Carmo/)
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Basta um passeio pelas ruas, parques ou corredores de shoppings para notar que os paulistanos estão mais rechonchudos. E não se trata de mera impressão. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde em 27 capitais brasileiras, metade da população de São Paulo sofre com excesso de peso. Ou seja, nada menos que 5,5 milhões de pessoas lutam contra a balança. Há quatro anos, esse porcentual era de 44% (veja o quadro). O crescimento foi ainda maior entre os obesos. Hoje, eles representam 13,2% dos habitantes da cidade — 20% a mais que em 2006. A definição de quem faz parte do grupo dos gordinhos é baseada no índice de massa corporal, o famoso IMC. O valor é obtido por meio da divisão do peso pela altura elevada ao quadrado. São considerados saudáveis resultados entre 18,5 e 24,99. Números iguais ou maiores que 25 entram na faixa do sobrepeso. Mais de 30 já é obesidade. “O cenário paulistano é um reflexo da tendência mundial de substituir alimentos saudáveis por produtos industrializados e refeições pré-prontas”, afirma a coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta.

Número de paulistanos acima do peso subiu 15% nos últimos quatro anos

Entre as capitais, São Paulo ocupa o terceiro lugar no ranking do excesso de peso e o 15º em obesidade. Segundo especialistas, a cidade reúne condições explosivas para o acúmulo de gordurinhas. “A combinação de grande oferta de alimentos calóricos, pouca atividade física e stress explica o rápido aumento do número de obesos”, diz Mara Valverde, doutora em nutrição pela Universidade de São Paulo. O crescimento econômico facilitou a compra de produtos industrializados por todas as classes. Por isso, o consumo de refrigerante subiu 134% nos últimos quatro anos. E o de bebidas alcoólicas, altamente calóricas, 20%. “São Paulo é a cidade perfeita para quem quer comer a qualquer hora do dia”, afirma o ator Márcio Ribeiro, 110 quilos distribuídos em 1,70 metro e IMC 38. “Fica impossível seguir dieta.” Diabético, ele sofreu um infarto há dez anos e agora faz graça sobre as agruras dos gordos em apresentações semanais de stand-up comedy.

O paulistano é também o que menos pratica atividade física entre os moradores das capitais pesquisadas. Apenas 10,3% afirmam se exercitar regularmente. “Faltam calçadas bem conservadas para caminhadas e parques públicos que ofereçam segurança”, diz o endocrinologista Marcio Mancini, do Grupo de Obesidade do Hospital das Clínicas. De volta ao Rio de Janeiro, depois de uma temporada de quatro meses encenando aqui a peça ‘Gorda’, a atriz Fabiana Karla pretende inaugurar, em outubro, um acampamento em São Roque só para crianças gordinhas. Até mesmo os monitores terão quilinhos a mais e devem ensinar a comer de maneira saudável. “É para que a meninada fique à vontade com alguém que fale a mesma língua e tenha o mesmo ‘shape’.”

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