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Paulistanos enfrentam horas de espera em filas para tirar passaporte

Entenda a razão da demora e o que é preciso para tirar o novo passaporte

Por Fabio Brisolla
Atualizado em 5 dez 2016, 19h24 - Publicado em 18 set 2009, 20h33

Os portões de acesso à superintendência da Polícia Federal, no bairro da Lapa, estavam fechados quando a fila do passaporte começou a se formar. Com o céu ainda escuro, às 5h20 da última terça-feira, o gerente de produtos Mário Schioppa chegou acompanhado de sua irmã, a estudante de moda Roberta. À frente deles, trinta pessoas sofriam com o frio de 9 graus registrado naquele horário. Além de casacos, Schioppa e Roberta se agasalhavam com cobertores. Eles nem sabem quando farão uma viagem internacional, mas anteciparam a cansativa tarefa de renovar o passaporte. Às 8 horas, um funcionário apareceu para autorizar a entrada do primeiro grupo da fila, que naquele momento tinha 230 pessoas e dobrava o quarteirão. Somente às 10h20 Schioppa e Roberta foram atendidos.

Até abril, quando o passaporte brasileiro ganhou novos itens de proteção para evitar falsificações, a entrega do documento demorava, em média, trinta dias. Agora, a previsão é que fique pronto em seis dias úteis. Apesar da agilidade na emissão, algumas deficiências fazem com que o processo para tirar ou renovar o passaporte se torne um tormento para os paulistanos. Não porque o número de pedidos tenha crescido. Em 2006, a Polícia Federal emitiu 245.000 passaportes para a cidade de São Paulo, o equivalente a 20.000 por mês. Em julho deste ano foram 21.761. Qual seria então a razão das filas? Segundo a assessoria de imprensa da PF, o novo modelo exige mais tempo durante o atendimento. Atualmente, um programa de computador armazena as dez digitais de cada pessoa e um retrato é tirado na hora. Os funcionários que dão plantão nas dezessete estações de trabalho da superintendência da PF são atenciosos e organizados. Poucos, porém, para o movimento atual. Por dia, 600 senhas são distribuídas ali.

Quem optar por ir a um posto de atendimento, como o do Shopping Eldorado, enfrenta um teste de resistência ainda maior. A fila começa a se formar na noite anterior e, às 4h30 em ponto, funcionários do shopping entregam uma “pré-senha” para os setenta primeiros. Às 9 horas, a turma do sereno recebe a senha definitiva e aguarda o atendimento. “É um absurdo pagar 156 reais para passar frio e enfrentar a insegurança de entrar num shopping no meio da madrugada”, revolta-se a advogada Maria Goretti Lima. Ela chegou ao Eldorado às 3 da manhã para conseguir a senha número 40 e suportar dez horas de espera até ser atendida. Situação que poderia ser amenizada caso houvesse agendamento por telefone ou pela internet, o que a Polícia Federal diz “estar estudando”. Claro que há quem tire proveito da espera. Em frente à guarita de segurança da sede da PF, os primeiros lugares da fila são negociados abertamente por 100 reais.

O que fazer antes de entrar na fila

• Preencha o requerimento no site da Polícia Federal (www.dpf.gov.br). Ao fim da operação, um boleto bancário será emitido com seus dados e o valor de 156,07 reais.

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• Documentos necessários: originais da carteira de identidade ou certidão de nascimento, CPF, título de eleitor, comprovantes de comparecimento aos dois turnos da última eleição, certificado de quitação com o serviço militar e o recibo da taxa.

• O melhor local para solicitar o passaporte é a sede da superintendência da PF (Rua Hugo D’Antola, 95, Lapa), onde são distribuídas 600 senhas por dia. Na última terça, às 9h, ainda havia 300 lugares. A espera chega a cinco horas, metade do tempo gasto nos shoppings Eldorado e Ibirapuera.

• Pessoas com mais de 65 anos e pais acompanhados por crianças de até 3 anos (que também vão tirar passaporte) são encaminhados diretamente aos guichês. Não é necessário pegar fila.

• Mais informações pelo tel: 0800 9782336.

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