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Com MDF e palito de picolé, fotógrafo cria quebrada em miniatura

Casinhas cheias de detalhes são inspiradas em favelas; a maior delas retrata um salão de beleza e mede 23 cm de altura

Por Guilherme Queiroz
Atualizado em 27 Maio 2024, 17h51 - Publicado em 17 jul 2020, 05h00
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  • A arte de Marcelino Melo, 25, chama a atenção pelos detalhes minuciosos. Nene, como é conhecido entre os amigos, dedica-se meses à construção de casinhas inspiradas em favelas. A maior delas, o sobrado com um salão de beleza, mede 23 centímetros de altura. “Eu não pego a foto específica de uma casa e replico. Cada uma é uma junção de elementos que estão no meu imaginário”, explica ele, que mora no Campo Limpo, Zona Sul. O projeto, chamado de Quebradinha, começou em novembro do ano passado e ganhou uma página no Instagram (@quebradinha_) em janeiro.

    Até o momento, foram duas casas e dois sobrados concluídos, e uma quinta construção está a caminho. Ele conta que a criação é feita aos poucos, quando há inspiração. “O salão de beleza foi o mais demorado, três meses de trabalho.” A matéria-prima principal são painéis de MDF, madeira comum em móveis. “Jogam muito (esse material) nos lixos da favela, é fácil de encontrar.” Já as tintas e a argila para os tijolos são adquiridas. “Pouca coisa eu compro. Nas cadeiras e mesas, já usei palito de picolé, para telhas é papelão, uso muito papel machê também”, explica.

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    Cada construção tem um significado. “A casinha só com uma porta representa um trauma meu”, diz ele sobre a obra com uma única janela, no banheiro. Nene vive há oito anos em uma casa onde as janelas dão para a parede vizinha. “No salão, quis abordar beleza afro e empreendedorismo na favela. A quinta casinha vai falar sobre pandemia e habitação.” A Quebradinha é um hobbie, “mas que eu levo muito a sério”, afirma Nene, que é educador, fotógrafo e produtor audiovisual.

    Publicado em VEJA SÃO PAULO de 22 de julho de 2020, edição nº 2696. 

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