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Patroa diz que denunciou doméstica por racismo por se sentir ameaçada

Ana Luiza Ferraz prestou queixa contra funcionária que a chamou de “cachorra do sul”

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 jun 2019, 10h25 - Publicado em 7 jun 2019, 10h11
Ana Luiza Ferraz nasceu no Paraná (Reprodução/Veja SP)
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A patroa que denunciou a empregada à polícia alegando ter sido vítima de racismo disse nesta sexta-feira (7) que só prestou queixa porque se sentiu ofendida e ameaçada.

Ana Luiza Ferraz, de 32 anos, registrou um boletim de ocorrência acusando sua então empregada doméstica de racismo. Loira, branca e de família rica, a veterinária contou à polícia que foi chamada de “encardida do sul” e “cachorra do sul”. Ana Luiza nasceu no Paraná.

“O que mais me causou angústia foi a ameaça que sofri por minha ex-funcionária – gravava, inclusive, em áudios – dizendo que colocaria na cadeia caso eu não a pagasse e prometendo que acabaria com minha vida”, afirma

Segundo a veterinária, as desavenças com a ex-funcionária a fizeram pensar na exclusão das minorias discriminadas. “Essa experiência me fez ter ainda mais consciência ao direcionar meu olhar à história que traz revezes de imensa opressão e exclusão aos negros e também às minorias discriminadas”, diz Ana Luiza.

Depois de ter sido demitida, a doméstica continuou enviando áudios para Ana Luiza e para o marido dela. Assustada, a veterinária conversou com sua advogada e decidiu prestar queixa na delegacia. “Quando ela recebeu esses áudios, a Ana Luiza ficou muito assustada. Só chorava”, conta a advogada Roselle Soglio.

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A veterinária afirma que não prestou registrou o boletim de ocorrência para intimidar ninguém e que tem consciência do abismo econômico que a separa da ex-funcionária. “Mas eu não podia deixar de exercer o direito de defesa de minha honra e de minha vida”, diz.

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