Uma greve iniciada na noite desta quinta-feira (22) pelos motoristas de ônibus pegou de surpresa grande parte dos usuários do sistema de transporte coletivo de Sorocaba, a cerca de 100 quilômetros de São Paulo. Desde a madrugada desta sexta-feira (23) formaram-se filas nos pontos de embarque de passageiros que se dirigiam para o trabalho.
De acordo com o Sindicato dos Condutores, 40% dos ônibus da frota continuaram circulando, mas usuários reclamavam da longa espera.
Muitos, como o frentista Paulo de Tarso Abreu, decidiram fazer o percurso para o trabalho a pé. “São quase quatro quilômetros, mas é o jeito, já avisei ao gerente que vou atrasar”, disse.
Os motoristas pedem reajuste salarial de 6%, mais a reposição da inflação, além de aumento no vale-alimentação e participação nos lucros. O consórcio que opera o sistema alega que o atendimento ao pedido afetaria o equilíbrio financeiro do contrato.
Uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na quinta (22), terminou sem acordo.
O prefeito José Crespo (DEM), que estava em Portugal, antecipou o retorno e convocou uma reunião para discutir a paralisação nesta sexta-feira.
A Urbes, órgão municipal de trânsito e transportes, entrou com pedido no TRT para que, nos horários de pico, 70% da frota de 360 ônibus estejam em circulação. O pedido ainda não foi julgado. O sindicato informou que a greve será mantida até que haja acordo.