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Padre Jeferson Mengali é o conselheiro espiritual do Corinthians

Torcedo fanático, religioso é amigo do técnico Tite, distribui terços aos jogadores e prepara livro sobre São Jorge

Por Jussara Soares
Atualizado em 5 dez 2016, 12h06 - Publicado em 5 set 2015, 02h57
Padre Jeferson Mengali
Padre Jeferson Mengali (Mario Rodrigues/Veja São Paulo/)
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Correntes místicas costumam soprar nas alamedas do Parque São Jorge, a sede do Corinthians. Segundo uma das histórias que correm por ali, qualquer um que beber água na bica existente no local se converterá imediatamente à religião alvinegra. Outra lenda diz respeito aos serviços prestados no local por Miranílson Carvalho dos Santos entre 1982 e 2000. Mais conhecido como Pai Nilson, ele convocava os orixás para dar uma força ao Timão (muitos garantem que chegou até a constar na folha de pagamento, no “cargo” de assessor espiritual). 

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O mais novo representante da tabelinha entre futebol e religião está concentrado no momento numa missão importantíssima: garantir um reforço extra para que a equipe arranque rumo ao sexto título brasileiro.  O personagem em questão, o padre Jeferson Mengali, de 41 anos, não balança as redes, mas vem sendo escalado pelo técnico Tite nas horas mais difíceis. Amigos desde 2012, os dois trocam mensagens quase diárias por celular. O sacerdote oferece conselhos espirituais, sugere orações e ouve desabafos do treinador por causa do stress do cargo.

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“Deus não ganha jogo, São Jorge não faz gol, mas os dois dão fé para sermos melhores”, afirma Mengali, que se apresenta como católico apostólico romano, corintiano roxo e devoto do santo guerreiro.  Além de ser chapa do técnico, é próximo de vários craques. Já distribuiu terços ao elenco e costuma ser convidado para dar bênção aos jogadores após os treinos. “Ele nos ensina a suportar a pressão”, elogia o lateral Uendel. O boleiro se casa em dezembro e tem frequentado  um  curso particular de noivos ministrado pelo religioso.

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Mengali tornou-se xodó da Fiel em2 3 de abril de 2012, durante as comemorações do dia do padroeiro do clube. Na ocasião, o padre convocado para a celebração não pôde comparecer e ele foi chamado às pressas para substituí-lo. Saído o banco de reservas, encontrou o público de cerca de 500 pessoas ainda triste por causa de uma derrota ocorrida na véspera. Subiu no púlpito com a camisa alvinegra sob a batina e encarnou Moisés diante do Mar Vermelho. “Em Cristo somos mais vencedores, seremos campeões da Libertadores!”, avisou. A turma vibrou como em um gol, e, três meses depois, a profecia se cumpriu.

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Nascido na Penha, na Zona Leste,  Mengali frequenta o Parque São Jorge desde a infância e jogou futsal pelo clube. Em 2000, ingressou em um seminário no bairro do Ipiranga, onde permaneceu até 2006. Na época, escapava da clausura para acompanhar jogos no Estádio do Pacaembu.

Morador de Bragança Paulista e dono de um apartamento a uma quadra do Parque São Jorge, ele vem à capital duas vezes por semana, cruzando os 88 quilômetros de estrada sobre uma Harley-Davidson. Às quintas, joga uma pelada no clube. No momento, prepara o lançamento do livro São Jorge, o Poder do Santo Guerreiro (Editora Petra), previsto para novembro, que contará a relação do santo com a torcida alvinegra. “Em encontro no Centro de Treinamento, eu estava  fragilizado e fui por ele encorajado”, escreveu Tite no prefácio da obra.

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