Em sua última visita à cidade, em 2008, Ozzy Osbourne mal havia pisado no palco armado no Parque Antártica e um telão já projetava imagens suas. De repente, ouviu-se um grito zombeteiro vindo dos bastidores — “I wanna hear you!” (quero ouvir vocês!). Foi a deixa para os fãs começarem a enlouquecer.
Esse é o clima das turnês do cantor e compositor inglês de 62 anos, ícone do heavy metal: devoção vinda da plateia, composta por garotada e tiozinhos, e uma salutar autoironia. Ozzy, que costuma jogar baldes de água no público e berrar uma penca de palavrões, está de volta, agora na Arena Anhembi, onde se exibe a partir das 21h30 do sábado (2).
No ano passado, o ex-vocalista do Black Sabbath soltou mais um CD, “Scream”, décimo disco de estúdio da carreira-solo. Mas a grande novidade não estava no álbum, na mesma toada de simplicidade melódica, solos de guitarra e letras revoltadas de outros trabalhos. O roqueiro também lançou em 2010 a agitadíssima autobiografia “Eu Sou Ozzy”.
Sobrevivente de um industrial consumo de drogas e famoso pelas dentadas em cabeças de morcegos e pombos, essa figuraça mostra temas recentes, caso de “Let Me Hear You Scream”, e clássicos do porte de “Crazy Train” e “Paranoid”. Em sua banda, uma mudança: o guitarrista grego Gus G toma o lugar do americano Zakk Wylde, que esteve na cidade três anos atrás ao lado de Ozzy e deve retornar em agosto com o próprio grupo, o Black Label Society. Aos apreciadores do gênero, um atrativo extra. Às 20h, há um show de abertura com o Sepultura.