Um grande projeto prevê revitalizar toda a área da estação Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo, e ainda criar polos de comércio, entre eles 9 000 metros quadrados para lojas dentro da estrutura já existente e duas novas torres de uso misto que juntas somarão 96 000 metros quadrados de área construída, mais do que o dobro do tamanho do shopping vizinho, o West Plaza, na Água Branca. As mudanças, que incluem a concessão do terminal, estão descritas num documento de mais de 100 páginas elaborado pelo Metrô e pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e que está disponível para consulta pública até o fim deste mês. Ele prevê uma série de intervenções no próprio terminal, mudando desde a forma de acessar o complexo até rearranjo dos bloqueios. A ideia também é criar rampas de acesso e construir mezaninos. As torres ficarão na área externa e serão de uso misto (hotel, comercial e de serviços), com estacionamento de dois pavimentos subterrâneos.
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“O projeto que a gente pretende fazer é para mudar a história da estação Barra Funda e da região e de todo o entorno”, afirma Maria Eugenia Ferragut, assessora da diretoria comercial do Metrô, a área que está à frente do projeto. “É uma estação antiga, por onde circulam cerca de 300 000 passageiros (só Metrô e CPTM) por dia, e eu acho que faz todo o sentido em pensar em modernizar e transformar numa estação que faça história na cidade de São Paulo”, complementa.
O texto prevê, além de repaginar a estrutura do terminal e criar novas edificações, várias alterações de ruas do entorno, de modo a facilitar o acesso para quem vai a pé até o terminal. “Para o pedestre, as condições são muito precárias”, afirma Luiz Antonio Cortez, gerente de planejamento do Metrô.
A melhoria na acessibilidade inclui a criação de algumas novas vias, entre elas a que conectará o Parque da Água Branca até o terminal; e outra, entre a Avenida Francisco Matarazzo e a Avenida Mário de Andrade, cruzando a Rua Tagipuru. O plano engloba ainda a recuperação paisagística e a ampliação das áreas de circulação da praça do Memorial da América Latina, na saída sul do terminal da Barra Funda, e alargamento de calçadas, entre elas a da Avenida Mário de Andrade, no lado oposto da linha do metrô; e na Rua Tagipuru. A reconfiguração de vias para acessos dos ônibus municipais e rodoviários também está nos planos, bem como a criação de uma praça no final da Rua Doutor Quirino dos Santos.
Essas mudanças, porém, ainda não têm prazo para saírem do papel. As duas empresas do governo paulista firmaram um convênio com a SP Urbanismo, da prefeitura de São Paulo, que é a responsável por desenvolver ações para o planejamento e desenvolvimento urbano na capital. O objetivo foi debater a proposta em consulta pública. Todas as contribuições recebidas até o fim do mês serão analisadas e poderão ou não ser integradas a um eventual conjunto de intervenções.
Nos planos das empresas, todo o valor do investimento e ainda não dimensionado não virá dos cofres públicos. “Em vez de usar recursos públicos, que o empreendedor privado faça os investimentos necessários tanto na edificação quanto no entorno”, diz Cortez.
Independentemente de quem bancará a conta, a estação Barra Funda, já saturada, ganhará nos próximos anos uma nova demanda de passageiros gerada a partir do momento que as linhas 13-Jade e 11-Coral, ambas da CPTM, fizerem ponto final no terminal. Ao custo de 158 milhões de reais, as obras tiveram início em setembro de 2021 e têm prazo de 36 meses para conclusão. Além disso, a estação deve ser o ponto inicial do futuro trem Intercidades, cuja licitação deve ser lançada em 2023.