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ONG ajuda a encontrar pessoas desaparecidas

À frente do Mães da Sé, a fundadora Ivanise Esperidião conseguiu solucionar mais de 4000 casos de desaparecimento

Por Júlia Gouveia
Atualizado em 5 dez 2016, 14h23 - Publicado em 13 jun 2014, 18h16
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  • Na noite de 23 de dezembro de 1995, Fabiana Esperidião, de 13 anos, não voltou para casa após teri do visitar uma vizinha, no bairro de Pirituba. A partir daquele momento, a vida de sua mãe, Ivanise, nunca mais foi a mesma. Durante três meses, a mulher percorreu diariamente hospitais, delegacias e as unidades do Instituto Médico Legal atrás de alguma pista sobre a garota. Até hoje não descobriu o que aconteceu com a menina. Nessa busca, acabou conhecendo outras famílias na mesma situação.

     

    Em março de 1996, após um encontro organizado por ela em frente à Catedral da Sé, nasceu o Movimento Mães da Sé, entidade que ajuda na divulgação de fotos de pessoas desaparecidas e em sua procura. “Quando vivi minha dor isoladamente, cheguei à beira da loucura e definhei até pesar 36 quilos”, lembra Ivanise. “Sei quanto qualquer tipo de ajuda é preciosa nesse momento.”

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    Em dezoito anos de atuação, a instituição cadastrou mais de 10 000 casos no país. Desse total, cerca de 4 000 histórias tiveram final feliz. Entre vários episódios marcantes, a ONG recentemente ajudou uma mãe e um filho a se reencontrarem após 29 anos. “Muitas famílias depositam em mim seu último fio de esperança”, diz a fundadora. Mantida à base de doações, a entidade, sediada em um escritório na Rua São Bento, no centro, oferece também atendimento psicológico, psiquiátrico e assessoria jurídica gratuita.

    O grande trunfo do trabalho, porém, é o apoio na divulgação das fotos. Nos anos 90, quando o tema veio à tona com a novela Explode Coração, de Glória Perez, muitas empresas imprimiam os retratos nas embalagens de seus produtos. Atualmente a exposição diminuiu, mas o Mães da Sé não desistiu. No embalo da febre do álbum da Copa do Mundo, lançou a campanha “Figurinhas Desaparecidas”, em parceria com a agência de publicidade NewStyle: na segunda (9), foram distribuídos pela Avenida Paulista 2 000 adesivos, com a imagem de pessoas desaparecidas.“Vivemos no luto da incerteza, mas, juntas, pelo menos, nos damos apoio”, diz Ivanise, que ainda tem esperanças de reencontrar a filha.

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