Desafiamos Lucas Silveira, vocalista da banda Fresno, a aprender karaokê com um dos mestres da técnica japonesa em São Paulo, Hideo Hirose.
O maestro e professor, que dá aulas há oito anos e possui aproximadamente 150 alunos, tem horários disputados para passar seus ensinamentos. A fila de espera é de cerca de quatro meses. Ele leciona de segunda a sábado no Centro Nikkey Cultural, e cada classe de 30 minutos custa R$ 25,00. Confira o resultado no vídeo acima.
A procura é reflexo do grande número de adeptos que a modalide vem conquistanto. A União Paulista de Karaokê tem registradas 280 associações no estado (80% delas só na capital) que promovem campeonatos acirradíssimos de cantoria.
Criado em Porto Alegre, o próprio Lucas conhece bem os palcos onde os cantores amadores costumam soltar a voz. “Meu pai tem um bar-karaokê em Mostardas, no Rio Grande do Sul”, contou. Uma vez por ano, a família inteira do cantor se reúne para fazer uma competição entre os parentes. “Fica concorridíssima, porque a cidade é minúscula e movimenta todo mundo”, diz.
Para quem também quer testar a habilidade com o microfone, selecionamos as casas mais interessantes da cidade para soltar o gogó com os amigos.
Com decoração mais do que kiitch, com paredes e teto cobertos de balões, espelhos e luzes, o espaço lota de candidatos a cantor. O que é bom, porque ninguém passa constrangimento sozinho. Ao fundo, as mesas de sinuca (R$ 20,00 a hora), os combos de sushis e os espetinhos podem ajudar a espera pela vez de assumir o microfone, que pode demorar bastante. Cada música custa R$ 2,00. Fio de Cabelo, de Chitãozinho e Xororó, Essa Tal Liberdade, do Só Pra Contrariar, Robocop Gay, dos Mamonas Assassinas e o clássico Emoções, de Roberto Carlos, estão entre as mais pedidas.
Diferente do Choperia Liberdade, aqui o palco fica de frente para as mesas, formando uma plateia para quem encara o microfone. Menos concorrido, no entanto, a fila para cantar é curta. Habitués da colônia japonesa costumam subir ao palco e entoar músicas locais. Para entrar, homens pagam R$ 18,00 e mulheres, R$ 13,00. O local não cobra por música pedida.
Fugir da Liberdade em busca de karaokês pode ser uma opção. O Coconut Brasil fica em Santa Cecília e oferece um espaço de dois andares com aparelhos de videokê. Ao todo, são 15 salas. A última, batizada de Hebe Camargo, foi inaugurada logo após a morte da apresentadora, em setembro. Às terças, a casa promove um concurso. Quem quiser, pode se inscrever, mas só será chamado para soltar a voz na semana seguinte, pois a fila chega a mil candidatos. A entrada custa R$ 15,00 e o frequentador pode cantar a vontade. Camaro Amarelo, de Munhoz e Mariano, é o grande hit do momento na casa, que funciona até às 6h da manhã.
Festinha tradicional do Beco 203, na Rua Augusta, reúne o público roqueiro na última sexta do mês para cantar um repertório de indie rock no segundo andar da casa. Em vez de aparelho de videokê, uma banda completa (com guitarra, bateria e um vocal de apoio) faz a base. O repertório tem 700 opções, mas os frequentadores, é claro, costumam privilegiar hits dos Beatles, seguido por bandas como Strokes, The Killers, Arctic Monkeys e Foster The People.
Caminhando pela Av. Dr. Arnaldo, não é raro encontrar o Vivo’s Bar com o público logo na calçada. A turma animada no karaokê se reveza entre a cantoria e dancinhas. O happy hour começa a partir das 17h, já com a empolgação no microfone. Se estiver por lá, perca a vergonha com os drinques da casa como as caipirinhas.
No ano passado, o grande sucesso da casa, no Jardim Paulistano, foi o Karaokê Idol, a competição que premiou o melhor cantor de botequim. Este ano, a edição ainda não está confirmada, mas toda quarta os microfones estão abertos para quem quiser se arriscar. As mais ouvidas por lá são os sertanejos, especialmente Camaro Amarelo, de Munhoz e Mariano, Balada Boa, do Gusttavo Lima (aquela do Tche tchê rê rê) e Caça e Caçador, de Fábio Jr. A entrada custa R$ 20,00 para cantar à vontade.
Opção bem parecida com as casas da Liberdade, no Itaim Bibi. O Karaokê Kenji tem decoração inspirada na Choperia Liberdade, porém menos kiitsch. Por lá, nada de aparelho de viodeokê. Um DJ acompanha os cantores da noite. A entrada custa R$ 10,00 e cada música, R$ 2,00.
Corcoran Dancing Bar & Karaokê
Em Moema, o espaço de dois andares permite que todos nas mesas tenham visão do palco. Televisões também mostram as performances. O sertanejo é o estilo mais pedido e Evidências, de Chitãozinho e Xororó, é pedida certa. Além desta, Ai Se Eu Te Pego, de Michel Teló, Have You Ever Seen The Rain, do Creedence Clearwater, Estoy Aquí, de Shakira, e Robocop Gay, dos Mamonas Assassinas, são constantemente lembradas.
Tradicionalmente na Liberdade, restaurante abriu uma filial para conquistar os cantores amadores de plantão pelos Jardins. A nova casa continua se dedicando ao saquê e ao karaokê, com direito a músicas em japonês e concursos como o 1º Prêmio Jun Daiti de Karaokê que tem como jurada a Elke Maravilha, China, da banda Del Rey, e Paulo Omino, o sósia japonês de Roberto Carlos.