Olimpíadas científicas: o esporte da mente que conquista estudantes paulistas
Nas escolas, as competições acadêmicas estimulam raciocínio e criatividade e abrem caminho para universidades no Brasil e no exterior

Em vez de correr, nadar ou arremessar dardos, eles resolvem equações, constroem robôs e desvendam enigmas científicos. As Olimpíadas Científicas — competições que testam raciocínio, conhecimento e criatividade — vêm ganhando força em escolas e já mudam a rotina de milhares de estudantes em São Paulo. Mais do que medalhas, os jovens conquistam autoconfiança, novas amizades e, em muitos casos, o passaporte para universidades de ponta no Brasil e no exterior.
Inspiradas no espírito das competições da Grécia Antiga, as Olimpíadas Científicas estimulam descobertas, aprofundam conhecimentos e desenvolvem habilidades essenciais, como resolução de problemas, pensamento crítico e colaboração. Presenciais ou on-line, individuais ou em equipe, elas reúnem desafios teóricos e práticos em áreas como Matemática, Física, Biologia, História, Astronomia e até Literatura.
“Essas experiências criam e fortalecem amizades, despertam interesses profissionais e incentivam o pensamento ‘fora da caixa’, propondo soluções inovadoras para problemas do dia a dia”, comenta Thiago Pavan, coordenador de Projetos e Olimpíadas Científicas no Poliedro Colégio, uma das instituições referência nesse incentivo.
“Ao promover o pensamento crítico, o trabalho em equipe, a criatividade e o interesse pela ciência e tecnologia, esses eventos desempenham papel fundamental na formação dos futuros líderes inovadores”, afirma.
Despertando a curiosidade desde cedo
O contato com as Olimpíadas pode começar já nos primeiros anos escolares, com competições adequadas à idade, como a Olimpíada Canguru de Matemática, a Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) e a Olimpíada do Oceano.

Na rotina, as provas acontecem no próprio horário de aula, envolvendo toda a turma. “São desafios que ampliam a complexidade do conteúdo e ajudam a familiarizar as crianças com o formato. Mais adiante, elas podem escolher quais competições querem seguir”, explica Telma Scott, coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental Anos Iniciais no Poliedro Colégio.
Para dar suporte e atender a essa crescente demanda, as escolas começam a contar com profissionais especializados em Olimpíadas Científicas, dedicados a organizar, orientar, preparar e acompanhar os alunos antes, durante e depois das competições.
Celebrando conquistas
Valorizar o esforço é parte fundamental desse processo. Algumas escolas promovem cerimônias próprias para celebrar as conquistas dos estudantes ao longo do ano. No caso do Poliedro, o evento chamado Destaques Olímpicos reúne pais, familiares e amigos em um dia de reconhecimento e celebração.
O estudante Gustavo Bertin do Rêgo Freitas, da 1ª Série do Ensino Médio, lembra como se encantou com essa cultura: “Na minha escola antiga, não havia incentivo para essas competições. Quando conheci esse universo, percebi o quanto é gratificante ser reconhecido pelo esforço acadêmico”.

“O evento Destaques Olímpicos é sempre muito esperado pelos estudantes, porque eles celebram juntos o esforço de todo o ano. É um momento que fortalece vínculos entre colegas, professores e famílias”, afirma Maiara Vitória Santos Pereira, analista de Olimpíadas Científicas do Poliedro Colégio.
Apesar de comemorar todos os resultados, Thiago Pavan explica que as medalhas são importantes, mas não são o verdadeiro objetivo. “A maior conquista não é o troféu. É o que o aluno se torna no processo. As olimpíadas ensinam a lidar com frustrações, criar soluções criativas para problemas complexos, trabalhar em equipe e pensar criticamente sobre o mundo. Isso vale mais que qualquer premiação”, afirma.
Passaporte para universidades
Muitas universidades públicas e privadas já oferecem vagas específicas para medalhistas, reconhecendo o valor das Olimpíadas no histórico acadêmico. Instituições como USP, Unesp, Unicamp, UFABC, FGV, Insper e Unifei têm processos seletivos voltados para esses estudantes, e algumas dessas abrem vagas até mesmo para a carreira de Medicina, a mais concorrida em vestibulares.
Raphael Gravalos, por exemplo, iniciou sua jornada com a Olimpíada de Matemática no 6º Ano do Ensino Fundamental. Ao longo de sua trajetória, somou 70 medalhas e diversas aprovações em vagas olímpicas para universidades.
“Minha primeira experiência foi com a Olimpíada de Matemática do meu Colégio. Na época, eu não sabia, mas subir naquele palco para receber minha medalha seria o começo de um caminho sem volta”, recorda.
Outro caso é o de Renzo Honorato Mimoso, que, ainda adolescente, mudou-se de Vitória da Conquista (BA) para o interior de São Paulo em busca de um Colégio que oferecesse o suporte necessário aos seus objetivos acadêmicos. Ao longo do Ensino Médio, o estudante acumulou premiações em competições de exatas, incluindo a medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Física (OBF).

Além das aprovações no Brasil obtidas sem precisar prestar um vestibular, incluindo uma em Engenharia na Unicamp, ele conquistou bolsa integral para cursar Engenharia da Computação na Universidade Columbia, nos Estados Unidos — uma das mais prestigiadas do mundo. “O processo de aplicação para a faculdade foi muito centrado no programa da Fundação Estudar, e um dos principais motivos da minha aprovação foi a participação em atividades extracurriculares, como oficinas, Itinerários Formativos e Olimpíadas Científicas”, explica Renzo, que finaliza: “Eu estou muito animado para conhecer pessoas e ter aulas com professores que inventaram técnicas e estão pensando sobre os problemas que eu estava estudando há pouco tempo”.

Do ensino privado à rede pública
A experiência acumulada por instituições que investem na cultura olímpica também começa a chegar a escolas públicas. Por meio de uma parceria entre a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e o Poliedro Sistema de Ensino, professores estão recebendo capacitação e acesso a mais de 200 conteúdos exclusivos em áreas como Astronomia, Robótica, Raciocínio Lógico e Matemática Financeira. A iniciativa já chegou a milhares de estudantes e educadores da rede pública paulista.
Entre medalhas, histórias inspiradoras e oportunidades acadêmicas, as Olimpíadas Científicas mostram que competir e vivenciar o conhecimento pode ser tão emocionante quanto disputar uma final esportiva — e, para muitos jovens, é um caminho capaz de transformar o próprio futuro.
Saiba mais
O Poliedro Colégio tem unidades em São Paulo (Vila Mariana e Perdizes), Campinas e São José dos Campos.
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