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Odilo Scherer: “Não se pode usar religião para voto de cabresto”

O cardeal-arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, falou sobre o embate com o bispo da Universal em meio à disputa eleitoral

Por Daniel Bergamasco, João Batista Jr. e Mariana Barros [Com reportagem de Carolina Giovanelli, Pedro Henrique Araújo e Rachel Verano]
Atualizado em 5 dez 2016, 16h53 - Publicado em 22 set 2012, 00h50
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  • VEJA SÃO PAULO – Como o senhor avalia a repercussão do texto de sua autoria lido nas missas paulistanas no domingo (16)?
    Odilo Scherer –
    Atingi dois objetivos. Primeiro, lançar um alerta para o uso indevido da religião em função da política, para os novos currais eleitorais e para o voto de cabresto de influência religiosa, muito em voga nas campanhas. Essa exploração política da religião não é boa para a sociedade. O segundo objetivo foi tomar posição sobre a ofensa e a agressão sofridas pela Igreja Católica por um chefe nacional de partido e chefe de campanha eleitoral em São Paulo (o bispo Marcos Pereira, coordenador da campanha de Russomanno).

    + A perigosa aliança da fé

    VEJA SÃO PAULO – Uma eventual vitória de Russomanno pode significar um embate entre católicos e evangélicos?
    Odilo Scherer –
    Não posso imaginar que algum chefe de governo municipal, seja ele quem for, governe contra esta ou aquela religião.

    VEJA SÃO PAULO – Por que a resposta da Arquidiocese ao bispo Marcos Pereira só ocorreu um ano após a publicação do texto?
    Odilo Scherer –
    Não podemos nos calar só porque é época de campanha. A reação seria a mesma a qualquer tempo, mas sempre imediata, uma vez que se tivesse tomado conhecimento da matéria. Não foi a Arquidiocese de São Paulo que trouxe o assunto à campanha eleitoral. Nós apenas reagimos a um fato público.

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    VEJA SÃO PAULO – O aumento do número de evangélicos preocupa a Igreja Católica?
    Odilo Scherer –
    Minha preocupação é defender e respaldar os fiéis da minha igreja, ainda mais quando a credibilidade e a confiança na instituição à qual pertencem são postas em jogo.

    VEJA SÃO PAULO – O senhor já tem candidato?
    Odilo Scherer –
    Neste ano não votarei, pois tenho viagem marcada.

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