Avatar do usuário logado
OLÁ,
Continua após publicidade

O que se sabe até agora sobre o incêndio e o que se perdeu na Cinemateca

Chamas que atingiram a instituição destruíram materiais inestimáveis do audiovisual

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 19h50 - Publicado em 30 jul 2021, 18h13
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Um galpão da Cinemateca Brasileira na Vila Leopoldina pegou fogo na noite desta quinta-feira (29). O incêndio começou durante a manutenção de ar-condicionado no local. De acordo com ex-funcionários da Cinemateca ouvidos pela Vejinha, nos espaços do galpão atingidos pelo fogo ficavam mais de 2 000 rolos de filmes destinados para exibição e um acervo museológico, com arquivos famosos, como o do cineasta Glauber Rocha e outras relíquias (veja abaixo, em detalhes, o que se perdeu).

    Um dos funcionários da empresa que presta segurança para o galpão da Cinemateca e que estava no edifício na hora do incêndio foi ouvido pela reportagem e descartou a possibilidade do caso ter sido ocasionado por algum elemento externo ao prédio, como um ato criminoso.

    A capitã Karina Paula Moreira, do Corpo de Bombeiros, afirmou que o princípio de incêndio ocorreu durante essa manutenção no ar-condicionado, em que uma faísca foi gerada a partir de uma falha no equipamento. O fogo se alastrou rapidamente e, apesar dos esforços, não pôde ser contido. Rolos de filmes, atingidos pelo fogo, são altamente inflamáveis.

    O que foi destruído no incêndio

    O galpão da Cinemateca tem 6 300 metros quadrados, dos quais 300 foram consumidos pelas chamas, em três salas. Em documento obtido pela Vejinha, entre as possíveis perdas, estão rolos de filmes e arquivos impressos. Confira:

    Continua após a publicidade

    “A preocupação com o acervo depositado na Vila Clementino somente aumenta. É preciso atitudes urgentes para que uma nova tragédia não aconteça”, finaliza o documento.

    Cinemateca em apuros 

    A Cinemateca foi capa da Vejinha em junho de 2020. A reportagem mostrou a situação crítica da instituição e profissionais da área já alertavam para o risco de incêndio.

    Na ocasião, a cineasta Laís Bodanzky, então diretora da Spcine, disse que “uma mudança de gestão malfeita provoca um hiato perigoso” e que a chance de incêndio em um patrimônio nessas circunstâncias é alta: “Se as contas de ar-condicionado, bombeiros ou umidificadores não são pagas, temos ali um novo Museu Nacional (que pegou fogo em 2018 por falta de manutenção) anunciado”, afirmou.

    Continua após a publicidade

    O contrato entre a Roquette Pinto e o governo federal acabou em dezembro de 2019 e, desde então, não houve nova licitação para a administração da Cinemateca e o local sofre com falta de cuidados. Por conta da repercussão do incêndio de quinta (29), o governo federal lançou nesta sexta-feira (30) chamamento público para escolher uma “entidade privada sem fins lucrativos” para gerir a Cinemateca por cinco anos.

    Em nota, a Secretaria Especial da Cultura, vinculada ao Ministério do Turismo, afirma que “lamenta profundamente e acompanha de perto o incêndio”. A pasta afirma que o sistema de climatização do espaço passou por manutenção há cerca de um mês. “A Secretaria já solicitou apoio à Polícia Federal para investigação das causas do incêndio e só após o seu controle total pelo Corpo de Bombeiros que atua no local poderá determinar o impacto e as ações necessárias para uma eventual recuperação do acervo e, também, do espaço físico”, completa. 

    O endereço atingido pelo incêndio nesta quinta (29) não é a sede principal da Cinemateca, que fica na Vila Clementino e também já sofreu um incêndio em 2016, quando cerca de 1 000 rolos de filmes foram destruídos.

    Continua após a publicidade

    +Assine a Vejinha a partir de 8,90.

    Publicidade

    Publicidade