O melhor e o pior filme de 2009
Críticos e repórteres de VEJA SÃO PAULO contam o que viram de bom e de ruim durante o ano
O MELHOR
Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes em 2008, Entre os Muros da Escola ficou mais de eis meses em cartaz por aqui. O diretor Laurent Cantet usa, ponderadamente, um vibrante estilo semidocumental para focar uma escola secundária da periferia de Paris. Assim como o professor-protagonista (interpretado por François Bégaudeau), todos os jovens alunos foram recrutados de colégios públicos. Vê-se, portanto, uma dramatização pontuada de realismo capaz de incomodar, estarrecer e entusiasmar. Embora 2009 tenha tido êxitos quase do mesmo calibre, como Bastardos Inglórios, Up — Altas Aventuras e O Curioso Caso de Benjamin Button, este drama francês destaca-se por ser um longa-metragem sem vícios narrativos, de estrutura moderna e impecável.
O PIOR
Desastre é pouco para classificar The Spirit — O Filme, medonha transposição para o cinema do personagem criado por Will Eisner (1917-2005), feita pelo também quadrinista Frank Miller, codiretor do sensacional Sin City. Em sua primeira empreitada-solo, ele errou a mão em tudo. Embora o diretor tenha usado o mesmo efeito de antes, abusando da fotografia de cores esmaecidas, o herói (encarnado pelo insosso Gabriel Macht) não conseguiu disfarçar seu enfado em cenas previstas para ser, no mínimo, divertidas. Faltou ação, sobrou tédio e nem mesmo astros do quilate de Samuel L. Jackson e Scarlett Johansson escaparam da mediocridade.