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OLÁ,

O médium Marcus Vinícius de Almeida Ferreira chega a Câmara Municipal

Suplente do vereador Marcos Cintra, médium que psicografa mensagens de espíritos deve ocupar vaga na Câmara Municipal

Por Filipe Vilicic
Atualizado em 5 dez 2016, 19h30 - Publicado em 18 set 2009, 20h28

Todas as quintas-feiras, às 21 horas, o médium Marcus Vinícius de Almeida Ferreira, conhecido como Quito Formiga (uma redução do apelido Marquito, combinado ao sobrenome da avó paterna, segundo ele), psicografa mensagens do Além. No Centro Espírita Perseverança, na Chácara Mafalda, na Zona Leste, ele atende gratuitamente cerca de quarenta interessados em contatar entes queridos que partiram desta para melhor. Há pais atrás de filhos, mulheres em busca de amantes falecidos… “Escrevo palavras de conforto enviadas por desencarnados”, diz, recorrendo ao jargão espírita para se referir aos finados. “Preciso de um dia inteiro de preparação.” Trata-se de um ritual que começa nas noites de quarta, com orações, leituras religiosas e alimentação leve. Formiga afirma ter herdado o dom mediúnico do pai, o jornalista e escritor Eurícledes Formiga. Em uma sessão de meia hora, incorpora em média três espíritos – ou seja, uns dez, doze por mês.

A partir do ano que vem, a linha direta com o outro lado da vida deve ficar congestionada. Candidato a vereador nas últimas eleições pelo Partido da República (PR), o médium levou 21?129 votos. Foi insuficiente para se eleger, porém lhe garantiu uma vaga de primeiro suplente. Como seu colega de partido Marcos Cintra recebeu convite do prefeito Gilberto Kassab para assumir a Secretaria do Trabalho, Formiga deve ocupar sua cadeira. Se assim for, seu trabalho às quintas será em outro tipo de sessão: a do plenário da Câmara Municipal (assim esperam os contribuintes). “Mas continuarei usando meu dom.” Para tal, planeja transferir para os domingos os encontros psicográficos. Formiga não é exatamente um estranho no ninho entre os vereadores. Em 2004 também foi primeiro suplente e cobriu licença médica de Edivaldo Estima (PPS) durante três meses do ano seguinte. “Funcionou como um pequeno estágio”, avalia. “Acreditar em Deus me faz não ter medo nem dos mortos nem de políticos ruins.” Um de seus objetivos é incrementar o diálogo do poder público com fiéis das mais diversas religiões. “Católicos e evangélicos também votaram em mim.”

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