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OLÁ,

“O Anjo de Pedra” vai para o palco com sensibilidade

Diretora Inês Aranha investe na simplicidade para extrair o melhor resultado do drama de Tennessee Williams

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 14 Maio 2024, 12h21 - Publicado em 1 jul 2011, 15h40

No centenário de seu nascimento, o dramaturgo americano Tennessee Williams (1911-1983) ganha novas oportunidades de ser descoberto pelo público. Além da coletânea “Alguns Blues do Tennessee”, que enfoca peças curtas do autor no Viga Espaço Cênico, O Anjo de Pedra (1948), outro texto pouco conhecido, vem à tona numa competente e delicada montagem em cartaz no Teatro Paulo Eiró.

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Encenado duas vezes no Brasil, em 1950 e 1960, com Cacilda Becker e Nathalia Timberg, respectivamente, no papel principal, o drama centra-se na jovem Alma Winemiller (a atriz Rosana Maris). Filha de um pastor (João Acaiabe) e de uma mulher com problemas mentais (Bri Fiocca), a moça renunciou ao amor e tomou-se de razão, a fim de aceitar o universo ao seu redor. Depois de encontrar o mundano médico John Buchanan Jr. (Rui Ricardo Diaz, protagonista do filme “Lula, o Filho do Brasil”), Alma é confrontada com um estilo de vida oposto ao seu e questiona a exatidão de suas ideias.

A diretora Inês Aranha investe na simplicidade e no apuro formal para extrair o melhor resultado do texto. Com isso, alcança a naturalidade principalmente nas interpretações de Rosana e Diaz. Formado por bancos de madeira, o prático cenário transforma-se em uma igreja, em uma praça ou na residência dos personagens com eficiência, sem parecer um recurso econômico. A equilibrada direção e o domínio dos dez atores revelam o respeito de Inês por uma grande obra, que dispensa invenções e comprova a importância do criador de “Um Bonde Chamado Desejo”, “À Margem da Vida” e “Gata em Teto de Zinco Quente”.

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