Menos de uma semana após a prisão de Adson Muniz dos Santos, de 35 anos, que usava disfarces para atacar mulheres na região do Jardins, na Zona Sul da capital paulista, ao menos 21 vítimas procuraram a delegacia para prestar queixas contra o suspeito. Ele é acusado de roubo, estupro, estelionato e falsidade ideológica. Nesta segunda-feira (16), Santos alegou problemas mentais e pediu tratamento.
Pelo menos doze vítimas foram ontem até a 1ª Delegacia de Defesa da Mulher, na região central, para prestar depoimento e fazer o reconhecimento formal do agressor. Por causa da alta demanda, a Polícia Civil remarcou a oitiva de cinco delas para esta terça-feira (17). A reportagem apurou que a delegacia recebeu ligações de vítimas de Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Campinas.
Muniz, diz a Polícia Civil, agia há pelo menos cinco anos. Para abordar as mulheres, começou se passando por produtor de TV. Mais recentemente, assumiu o disfarce de policial. “O número expressivo de vítimas diz muito sobre o caráter dele”, afirmou a delegada Cristine Nascimento, da 1ª DDM.
Uma das vítimas foi a advogada Margarida (nome fictício) de 34 anos, que conseguiu escapar de um ataque em dezembro de 2016. “É um alívio muito grande ele estar preso. Quero que fique por muito tempo”, disse.
A vítima foi perseguida por três quadras na Avenida Paulista. “Minha vida mudou depois desse dia. Mudei minha rotina, parei de andar a pé vivia assustada. Até cogitei andar a armada”, contou. “Temi pela minha vida. Se eu não tivesse me defendido, ele teria me arrastado.”
Na noite desta segunda, Santos saiu algemado e escoltado da delegacia em que era reconhecido pelas vítimas para mudar de carceragem. “Não sei o que está acontecendo na minha cabeça. Preciso de tratamento. Quero me curar.” Ele nega ter agredido as vítimas. Santos foi preso após ser acusado de atacar uma mulher nos Jardins no último dia 6.