Lançado na última semana, o quinto e derradeiro capítulo da série em áudio No Rastro do Dinheiro vai à região da Rua 25 de Março, no Centro, para mostrar como o comércio popular ilegal movimenta milhões de dólares diariamente e como a lavagem de capitais se tornou a principal forma de esconder os lucros obtidos.
Narrado pelo policial civil Beto Chaves e dirigido por Renato Martins, a obra, disponível no Globoplay e outras plataformas, aponta como o hawala, sistema secular de transferência de capitais, por meio de doleiros, ainda transita pelas ruas apinhadas de mercadorias, comerciantes e compradores.
Mas por ali são as criptomoedas que estão tomando aos poucos o mercado de dólar em espécie. “O Paraguai não é mais a força do contrabando. O centro nervoso está em São Paulo”, diz Martins.
Nas edições anteriores da primeira temporada, as histórias mostram relações contundentes de crimes como tráfico de drogas e desvios de recursos públicos e privados, cujos meandros da lavagem de dinheiro se encontram pelo meio do caminho.
“Nós, enquanto sociedade, achamos que o maior problema é a guerra nos morros, os garotos de bermuda e chinelo de fuzil. Isso é um problemaço, mas a lavagem de dinheiro e o roubo em larga escala são muito mais sérios e pegam muito mais gente”, conclui o diretor, que espera produzir novas temporadas da série em áudio, assim como desenvolver edições em vídeo.
OS 5 CAPÍTULOS
A construção das ideias que ligam o tráfico ao contrabando
O banco central da corrupção
De vendedor de pastel na feira a sacoleiro, Alberto Youssef virou um dos principais doleiros do país.
O caso Banestado
Entre 1996 e 1999, agências do banco foram utilizadas para a evasão de mais de 24 bilhões de dólares.
Um aeroporto na Nigéria
Um diretor do Banco Noroeste aprovou o empréstimo de 240 milhões de dólares para uma empreitada na Nigéria.
Pergunte ao pó
A história de Toninho Turco, traficante carioca com relações com Pablo Escobar.
Siga o dinheiro
Como as operações antigas de lavagem de dinheiro estão migrando para as criptomoedas. ■
Publicado em VEJA São Paulo de 21 de junho de 2024, edição nº 2898