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Museu do Ipiranga acelera restauro do jardim francês a tempo de reabertura

Prestes a ser reinaugurado em setembro, espaço terá duas fontes baseadas no projeto original e espécies de quase duzentos anos

Por Humberto Abdo
Atualizado em 27 Maio 2024, 21h42 - Publicado em 5 ago 2022, 06h00
Imagem de jardim francês do Museu do Ipiranga com palmeira em destaque e céu bem azul.
Jardim francês do Museu do Ipiranga. (Rogério Pallatta/Veja SP)
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Marcante pela simetria e suas formas geométricas, o jardim francês do Museu do Ipiranga passa por uma série de restauros e tratamentos após anos sem receber o cuidado técnico necessário para manter a saúde (e beleza) das plantas — entre elas, muitas roseiras, buxus-bola e palmeiras.

Com projeto assinado por Raul Pereira, a execução está sendo organizada pelo paisagista Eduardo Funari, que trabalha em ritmo acelerado para conseguir completar as mudanças a tempo das celebrações do Bicentenário da Independência e da reabertura do museu, em setembro. “Estamos falando de cinco meses para recuperar serviços malfeitos de pelo menos cinco anos”, pontua.

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Desde fevereiro, a equipe composta de dez funcionários tem conduzido uma operação de retirada e corte de árvores e o transporte de espécies que chegam a ter 20 metros de altura. “E a operação com guindaste de grande porte acaba estragando ainda mais o jardim, pois danifica as áreas em volta.”

Para recuperar todo o verde que decora a entrada do edifício e combater as doenças e pragas, Eduardo optou pela adubação e por um processo de nutrição que estimula o surgimento de novas folhas. “Uma dificuldade a mais, pois estamos no inverno”, observa. Todos os resíduos que seriam descartados também viraram adubo orgânico enriquecido com vitaminas.

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Eduardo Funari, paisagista do jardim do Museu do Ipiranga, posa atrás de rosas e com o Museu ao fundo.
Eduardo Funari, paisagista do jardim do Museu do Ipiranga. (Rogério Pallatta/Veja SP)

Outro desafio foi reconstituir as topiarias, técnica que dá formas esculturais às plantas e se inspira no formato do Palácio de Versalhes, na França. “Pelo tamanho e porte de algumas espécies, é possível afirmar que estão lá desde os anos 1920. Conseguimos recuperar alguns ciprestes bem antigos, observados em fotos tiradas na época da inauguração.”

Uma das espécies mais exuberantes de palmeiras do jardim, a palmeira fênix canariense, pode ter quase 200 anos. “Com origem nas Ilhas Canárias, na Europa, essa espécie tem um desenvolvimento muito lento e deve ter sido trazida na época da independência, provavelmente de navio”, acredita.

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Além da restauração de toda a botânica, o local ainda vai resgatar duas fontes do projeto original, inauguradas pela primeira vez em 1923 e demolidas há cinquenta anos. No total, a reforma custou 19 milhões de reais e foi paga pelo governo do estado de São Paulo. “Será a oportunidade de ver um jardim único e muito específico, do tipo que não se encontra no Brasil. É uma parte importante da história que precisa ser recuperada.”

 

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Publicado em VEJA São Paulo de 10 de agosto de 2022, edição nº 2801

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