Muro na Cracolândia gera polêmica e críticas à Prefeitura de SP

Gestão de Ricardo Nunes nega que construção foi feita para isolar dependentes químicos que ficam nas ruas da região

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
15 jan 2025, 13h28
Muro construído na Cracolândia, em São Paulo
Muro construído na Cracolândia, em São Paulo (G1/Reprodução)
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Um muro na região chamada de Cracolândia, no centro de São Paulo, causou polêmica nesta quarta-feira (15), entre defensores dos direitos humanos e usuários de redes sociais, que criticaram a prefeitura pela construção.

Com 40 metros e cerca de 2, 5 metros, o muro fica na rua General Couto Magalhães, uma rua que forma um triângulo com a rua dos Protestantes, onde se une a um gradil nesta segunda via, o que, de acordo com os críticos, isola os usuários de drogas que se aglomeram na região.

“A prefeitura de São Paulo adota uma política de confinamento ao construir um muro em torno da Cracolândia. Com a justificava de ‘melhorar o atendimento dos usuários e garantir mais segurança’, a gestão de Nunes amplia a marginalização de quem está nessa situação de vulnerabilidade”, declarou em seu perfil no X a deputada federal Daiana Santos (PCdoB), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

“Nunca vamos avançar, a prefeitura achou melhor construir um muro a fazer políticas públicas”, reclamou outra usuária do antigo Twiter.

Em seu perfil no Instagram, o padre Julio Lancellotti classificou a construção como vergonha. “Muros separam, pontes unem, como diz o papa Francisco”, lembrou o religioso que atua no atendimento à população em situação de rua.

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A vereadora Luana Alves (PSol) também criticou a construção em seu perfil no X. “Ao invés de encarar a cracolândia com a seriedade que uma crise humanitária demanda, [o prefeito] Ricardo Nunes escolheu esconder o problema literalmente atrás de um muro. Estamos vendo um campo de concentração moderno sendo criado diante de nós. A desumanidade dessa gestão é inacreditável”.

A Prefeitura de São Paulo, por nota, chamou de “ilações sem fundamentos” as críticas ao trabalho feito para a população daquela região. Segundo a administração, o muro existe desde maio de 2024 onde já existiam tapumes de metal.

“A troca dele foi realizada para proteger as pessoas em situação de vulnerabilidade, além de moradores e pedestres, e não para ‘confinamento’. Os tapumes eram quebrados com frequência, oferecendo risco de ferimentos a essas pessoas. Por isso, a substituição por alvenaria”, explicou a administração, via nota.

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Segundo o comunicado, a prefeitura retirou os tapumes do lado da Rua dos Protestantes e abriu a área, mas o muro na Couto Magalhães foi mantido para garantia do trânsito na área.

“O trecho ao lado da rua Couto de Magalhães foi mantido para proteção das mesmas [pessoas] em decorrência do fluxo de veículos na via e circulação nas calçadas. Além da substituição dos tapumes pelo muro, a prefeitura também fez melhorias no piso da área ocupada para as pessoas em situação de vulnerabilidade. Portanto, não são verdadeiras as afirmações de que a administração municipal atuou na região com outros interesses que não sejam a assistência e acolhimento às pessoas em vulnerabilidade”, diz o comunicado.

 

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