Criado em 2007, o programa do governo federal batizado de UCA (Um Computador por Aluno) fez com que três escolas paulistanas recebessem, no segundo semestre do ano passado, dezenas de notebooks novinhos em folha. O tempo passou e esses aparelhos continuam nas caixas, à espera da implantação do programa, sem prazo definido. O Ministério da Educação diz que o atraso ocorreu “em virtude da troca de professores e gestores em algumas escolas”, o que causou a necessidade “de repetir a capacitação, que está prevista para ocorrer a partir deste mês”.
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Na rede municipal, a prefeitura está dando alguns passos (ainda tímidos) em direção ao futuro. Ela trabalha atualmente na criação de material de apoio de matemática e português para colocar na internet em 2012. O plano é criar sites com exercícios extras, links relacionados às matérias e videoaulas comandadas por professores e atores para todos os anos do ensino fundamental. Também é cogitado o uso da rede em sala de aula, com a ajuda de lousa eletrônica ou netbooks.
Para Alexandre Schneider, secretário de Educação, o maior desafio é o treinamento dos docentes. “O professor não tem de saber como usar essas tecnologias. É preciso mais: saber por que vai usá-las”, diz. Enquanto São Paulo espera, alunos de cidades como Hortolândia, no interior do estado, saem na frente. Ali o caminho escolhido foi uma parceria com a iniciativa privada: 23 escolas estaduais utilizam nas aulas os 1.240 netbooks fornecidos por uma empresa de informática. Sorte desses alunos. Diante da revolução digital que ocorre em alguns colégios particulares, o abismo entre esses dois mundos tende a aumentar daqui para a frente.