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Metade das infrações de trânsito é cometida por 5% da frota da cidade

Levantamento foi realizado pela Companhia de Engenharia de Tráfego com dados de 2014 

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 1 jun 2017, 16h39 - Publicado em 28 ago 2015, 08h25
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  • Levantamento da Companhia de Engenharia de Tráfego com dados de 2014 mostra que 4,9% dos automóveis que circulam na cidade de São Paulo receberam, sozinhos, 49,4% de todas as multas de trânsito aplicadas na cidade. A concentração das infrações faz com que 71% da frota não tenha recebido nenhuma infração ao longo do ano passado.

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    A frota de São Paulo no ano passado era de 7,8 milhões de veículos. Desse total, 1,5 milhão de veículos foram autuados e 6,3 milhões não receberam nenhuma infração. Atualmente, segundo informações do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), já passa de 8 milhões o número de automóveis emplacados.

    Ao longo do ano de 2014, radares, marronzinhos e policiais militares de trânsito aplicaram 7 milhões de multas, o que representou aumento de 9,3% em relação às 6,45 milhões de multas aplicadas em 2013. Essas infrações resultaram em uma receita de R$ 954 milhões no ano. Por lei, todos os recursos obtidos com as infrações têm de ser aplicados em educação para o trânsito e engenharia de tráfego.

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    Os dados mostram que 23 100 veículos da cidade receberam mais de dez multas entre os 12 meses de 2014; 112 000 receberam entre cinco e dez infrações. Metade dos veículos multados, por outro lado, cometeu apenas uma infração ao longo do ano. Foram 811 000 veículos.

    O veículo campeão de multas da cidade, pertencente a uma pessoa jurídica e licenciado em 2007, recebeu sozinho 1 528 infrações em 2014 – ou quatro multas por dia, na média. Se tivesse pago por todas as infrações (que somaram 7,4 milhões de reais) e o dinheiro não tivesse de ser aplicado obrigatoriamente em ações de trânsito, o valor seria suficiente para que a gestão Fernando Haddad (PT) construísse sete creches.

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    Os dados foram apresentados pela prefeitura no contexto da política de redução de velocidades máximas permitidas em andamento na cidade, que pretende estabelecer os 50 quilômetros por hora como o limite padrão. Os números são resposta da gestão à suposta “indústria da multa”.

    Especialistas em gestão de trânsito, no entanto, apontam que o dado revela que a fiscalização exercida pela CET poderia ser maior. O engenheiro de tráfego Horácio Augusto Figueira cita estudo feito por sua equipe em 2007 que consistiu em acompanhar automóveis pela cidade e anotar a quantidade de infrações no percurso. “Dos 628 veículos que acompanhamos, 531 cometeram pelo menos uma infração”, lembra o pesquisador. “Os porcentuais são o contrário do que esse estudo mostra: 80% dos motoristas cometem infrações, enquanto 20%, não. Mas é que eles não são multados”, explica.

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