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Motorista que matou ciclista atropelada é indiciado por dirigir bêbado

Câmeras de segurança gravaram cenas de José Maria da Costa Júnior em um bar na Vila Madalena

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 Maio 2024, 17h06 - Publicado em 20 nov 2020, 10h53
 (Reprodução/Veja SP)
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O microempresário José Maria da Costa Júnior, motorista que atropelou e matou a ciclista Marina Harkot, de 28 anos, foi indiciado nesta quarta-feira (18) pela Polícia Civil por ter bebido antes de dirigir. Nesta semana, ele admitiu que não pensou em parar para prestar socorro depois do acidente

O motorista também está sendo indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, por estar na direção de veículo automotor e pela fuga do acidente sem prestar socorro à vítima. A estudante Isabela Serafim, de 21 anos, estava com José da Costa no carro e também foi indiciada nesse mesmo caso, mas por omissão de socorro. Ambos estão respondendo aos crimes em liberdade.

Segundo as autoridades, o inquérito está próximo de ser concluído. Um terceiro homem, com a identidade preservada, estava no carro e será ouvido nos próximos dias. A família de Marina também prestará um depoimento. 

Mesmo sem possuir uma prova técnica do Instituto Médico Legal (IML) que demonstre que o microempresário dirigia alcoolizado, a Polícia investiga indícios que comprovem a hipótese. De acordo com a investigação, a comanda do Bar onde José da Costa estava com o casal de amigos e o depoimento de Isabela confirmam que o motorista consumiu uísque e energético antes de sair com seu veículo. Câmeras de segurança gravaram cenas dele no Bar Zé da Praia, Vila Madalena. 

Além disso, Ivanilson dos Santos Ribeiro, gerente do estacionamento onde o acusado parou após o atropelamento, afirmou para o G1 que o motorista parecia estar “meio mole”. “Naquele momento ele tinha tomado uns goles”. Um outro funcionário do estacionamento disse que o viu cambaleando ao sair do carro.

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Omissão de socorro

José Maria da Costa Júnior afirmou que não pensou em parar o carro para prestar socorro. O motorista, que estava acompanhado de mais duas pessoas, foi questionado em entrevista ao Fantástico se algum dos três pensou em parar e voltar ao local depois do atropelamento. “Não. A gente não tinha noção do que pudesse ter acontecido. Da complexidade, se era um roubo, se era alguma coisa. Um assalto”, contou na entrevista. 

Ao ser perguntado se errou na decisão, José da Costa disse que acreditou que outras pessoas poderiam ajudar. “Eu tinha que preservar pela minha vida. Eu estava num ambiente em que eu não sabia o que estava acontecendo ao certo. Como tinha mais gente lá, imaginei que tinha gente em condições de poder socorrer eu entreguei para essas pessoas pudessem socorrer essa pessoa, quem tivesse por ali ajudasse ela”. 

Ele ainda contou sua versão sobre o ocorrido. “Cheguei numa saída de água. Reduzi o carro para poder passar. O carro de trás buzinou. Eu acelerei e acabei ficando na dúvida se podia cruzar para o outro lado ou não. E vi essa coisa na minha frente.”

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Quem socorreu Marina foi Mariana Braga, enfermeira e policial militar, que estava de folga e passava pelo local. “Tinha acabado de acontecer. Ela provavelmente bateu a cabeça no vidro do veículo e depois na mureta lateral de proteção”, contou também em entrevista ao Fantástico. 

O microempresário afirma que se encontrou com amigos em um bar após o trabalho no dia do atropelamento, mas que não teria consumido bebidas alcoólicas. A Polícia Civil encontrou o carro do suspeito na Rua da Consolação, no centro de São Paulo, cerca de 5km do local do acidente. As autoridades também disseram que o veículo trafegava com velocidade superior a 90km/h.

O suspeito se apresentou à polícia no dia 10 de novembro. Na ocasião, já não era mais possível fazer o teste para saber se ele havia bebido ou não. Foi solicitada a prisão preventiva de José da Costa Júnior pelo delegado do caso, mas o pedido foi negado pela juíza no domingo (15).

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Marina Harkot era cientista social pela USP, cicloativista, pesquisadora de mobilidade urbana e foi coordenadora da Ciclocidade (Associação de Ciclistas Urbanos de SP), além de ter feito parte do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte. Ela usava a bicicleta como seu principal meio de transporte.

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