Coração da cidade, a Sé é um excelente ponto de partida para mergulhar na história da capital. Além do Marco Zero, o bairro e suas adjacências concentram inúmeros edifícios históricos e muitas opções de entretenimento. Confira:
1 – Um dos mais importantes cartões-postais de São Paulo, a Praça da Sé foi palco de grandes movimentos sociais — em 1984, 300 000 pessoas se reuniram ali no ato público da campanha das Diretas Já — e guarda o Marco Zero, um monumento em formato de prisma hexagonal, revestido de mármore, que simboliza o centro geográfico da capital.
2 – Na mesma praça foi erguida a Catedral da Sé, igreja projetada pelo arquiteto alemão Maximillian Hehl, que começou a ser construída em 1913 e só teve o projeto original concluído em 2002. Ela comporta mais de 5 000 pessoas. Ao fazer a visita, vale descer até a Cripta, um espaço abaixo do altar, que guarda esculturas e também os restos mortais de religiosos portugueses e brasileiros.
3 – Bem perto dali fica o Palácio da Justiça, projeto do famoso arquiteto Ramos de Azevedo, cuja fachada foi inspirada no Palácio da Justiça de Roma. A construção deveria ter começado em 1911, mas a pedra fundamental só foi lançada em 1920. Treze anos depois, em 1933, o edifício foi inaugurado. A demora se deu pelos percalços que surgiram no caminho, como a Revolta Paulista de 1924 e a morte do arquiteto Ramos de Azevedo em 1928. O Palácio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) em 1981.
4 – Ainda na Praça da Sé, chama a atenção o número de pessoas que distribuem cartões e anunciam lojas de ouro, concentradas na Rua Barão de Paranapiacaba, ali do lado. Difícil é escolher em qual delas comprar. São prédios e mais prédios, com lojas espalhadas por todos os seus andares. Vale entrar em vários, e pechinchar. Na mesma rua, encontram-se lojas especializadas em embalagens e monstruários para joias.
5 – Pertinho da Catedral da Sé está um endereço clássico para os apaixonados pelos livros, o Sebo do Messias. Entre os mais tradicionais da cidade, ele funciona desde 1970. Dá para passar horas por ali pesquisando o acervo de 200 000 livros, além de CDs, DVDs, fitas e LPs. Há três anos, Messias Antonio Coelho, o fundador, também passou a realizar vendas on-line.
6 – Ainda nos arredores da praça da Sé, quase diante da Catedral, fica a Caixa Cultural. O espaço apresenta uma extensa programação, que passa por mostras de artes, ciclos de cinema, shows, performances e mais. No 6º andar, a instituição financeira mantém uma exposição com objetos, fotos, documentos e registros utilizados nos serviços da empresa desde a sua fundação.
7 – Também está no bairro da Sé a Rua Direita, que no passado foi uma importante via de comércio da cidade. Vale a pena percorrer a rua observando com calma os edifícios antigos. Um deles, o Edifício Guingle, de sete andares, é considerado o primeiro “aranha-céu” da cidade.
8 – Chamado de “prédio do Banespa” e “Banespão”, o Edifício Altino Arantes é uma das construções mais emblemáticas da cidade, com mais de 160 metros de altura. Foi construído em 1939 para ser a sede do Banco do Estado de São Paulo (extinto Banespa, Santander desde 2000). Inaugurado em 1947 pelo então governador Ademar de Barros, o projeto do arranha-céu foi inspirado no Empire State Building, de Nova York. Do seu topo é possível avistar em 360° a região central e as zonas Norte e Leste da capital, inclusive as torres da Avenida Paulista (o acesso ao topo está temporariamente fechado).
9 – Localizado no histórico e charmoso prédio Alexandre Mackenzie, que fica em uma das esquinas mais movimentadas da cidade, o Viaduto do Chá com a Xavier de Toledo, o Shopping Light abriga lojas e praça de alimentação.
10 – Outra joia da arquitetura da cidade, o Theatro Municipal foi projetado por Ramos de Azevedo e inaugurado em 1911. O local colocou São Paulo no roteiro internacional dos grandes espetáculos com apresentações de Maria Callas, Mikhail Baryshnikov, Ella Fitzgerald, Anna Pavlova e outras estrelas. Foi também em seu saguão que aconteceu a Semana de Arte Moderna, em 1922. Depois de quase três anos fechado para restauração, reabriu em 2011 com palco remodelado, poltronas renovadas e um restaurante decorado pelos irmãos Campana.
11 – Instrumento importante da economia do país, a BM&FBOVESPA mantém um interessante centro cultural para quem quiser saber como funciona o mercado de ações. O espaço oferece visitas monitoradas gratuitas para grupos (é necessário agendar). O passeio tem duração de duas horas e inclui cinema 3D, palestras, simulação de compra de ações e centro de memória.
12 – Os três últimos andares do Edifício Martinelli, o primeiro arranha-céu da cidade, foram erguidos para servir de residência ao comendador que construiu e batiza o prédio. Ele queria provar que, a despeito da crença generalizada entre os paulistanos na segunda metade da década de 20, aquele gigante de trinta andares e 105 metros de altura não viria abaixo. De segunda a sexta, é possível agendar visitas para ver a cidade a partir do belo terraço cor-de-rosa.
13 – O passeio pela região central fica melhor ainda se incluir uma pausa na Casa Mathilde, especializada em doces portugueses. O pastel de nata quentinho faz uma parceria incrível com um expresso.
14 – Próximo à Subprefeitura da Sé, o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) ocupa uma edificação de 1901 com 4 183 metros quadrados e cinco andares. Cinema, teatro, auditório, loja e cafeteria preenchem o espaço de arquitetura neoclássica, assim como grandes exposições. Para conhecer detalhes da construção do prédio, agende uma vista guiada.
15 – Em janeiro de 1554, no Pátio do Colégio, os padres jesuítas vindos de Portugal iniciaram no lugar a fundação da cidade, com uma missa no dia de São Paulo. Transformado em complexo cultural, o lugar abriga igreja, biblioteca e museu. Uma maquete da capital no século XVI faz parte do acervo. No pátio, foi conservada uma parede de taipa de pilão remanescente das construções do período colonial. Dica: ali funciona também um agradável café, lugar perfeito para dar uma pausa no corre corre e curtir a cidade.
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16 – Ao lado do Pátio do Colégio, na Rua Anita Garibaldi, está o Solar da Marquesa. É uma residência urbana do século XVIII, que pertenceu à Marquesa de Santos. É possível visitar a casa, e conferir objetos e móveis da ilustre moradora.
17 – Endereço agradável, com jeito de antiguinho, o Café Girondino é um bom ponto de parada a qualquer hora do dia. De algumas de suas janelas envidraçadas, é possível avistar o Mosteiro São Bento.
18 – Sede dos corpos artísticos do Teatro Municipal, entre eles as orquestras Sinfônica e Experimental de Repertório e o Balé da Cidade, a Praça das Artes também é palco para variados eventos culturais.
19 – O Largo São Francisco é considerado o principal conjunto de arquitetura barroca da cidade. Lá estão duas igrejas e a Faculdade de Direito da USP. O edifício, que é tombado como patrimônio histórico do Estado de São Paulo, abriga importante acervo cultural, como os vitrais da escadaria, produzidos pela Casa Conrado Sorgenicht, e o mobiliário do Salão Nobre e da Sala da Congregação, confeccionado no Liceu de artes e Ofícios de São Paulo. Pinturas e esculturas de artistas renomados distribuem-se pela Faculdade.
20 – A Casa da Imagem ocupa um belo imóvel da segunda metade do século XIX, que foi restaurado e ainda mantém algumas características de sua antiga decoração. Ali estão guardadas mais de 80 000 fotografias da cidade.
21 – A boa oferta cultural do centro conta ainda com uma unidade do Sesc, o Sesc Carmo. Shows e teatros estão na programação do local.
22 – Declarada Patrimônio Cultural Imaterial da cidade em 2012, a Casa Godinho é um empório de secos e molhados que foi inaugurado no ano de 1888, na Praça da Sé. Em 1924, o estabelecimento passou a funcionar em um prédio da Rua Líbero Badaró, onde está até hoje. É um lugar excelente para comprar bacalhau, azeitonas e outros itens. Aproveite para comer um salgado, como a deliciosa empadinha.
23 – O Edifício Mirante do Vale é o maior edifício do Brasil, com 170 metros e 51 andares. Foi projetado pelo engenheiro Waldomiro Zarzur juntamente com Aron Kogan e por muito tempo, ficou conhecido como Palácio Zarzur Kogan. Desde o início do ano, abriga o bar temporário Heineken Up On The Roof.
24 – Nenhuma visita à região da Sé é completa sem uma esticadinha até a Rua 25 de Março, que fica nos arredores. O programa é entrar de loja em loja em busca de pechinchas. Tem bijuterias, objetos para casa, lojas de lingerie… Uma das mais famosas, Niazi Chohfi (no número 607) vende tecidos, tapetes, cama, mesa e banho… Ao final das compras, vale tomar um café na lanchonete que funciona no último andar da loja. Da varanda, dá para avistar o vai-e-vem de pessoas lá embaixo.
+ Rua 25 de março tem feirinha gastronômica até fevereiro
25 – Para fechar o programa com chave de ouro, vá almoçar no árabe Monte Líbano. O restaurante é comandado por Alice Maatouk, eleita a personalidade gastronômica de 2015 pelo guia VEJA COMER & BEBER. O cardápio inclui esfihas assadas na hora tanto na versão fechada como aberta, tabule, charutos feitos com folha-de-uva, quibe frito. Para provar de tudo um pouco, escolha o rodízio.