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Morte de engenheiro em sede da Federação Espírita é investigada

O corpo de Cláudio Arouca foi encontrado no banheiro dois dias após a família ter comunicado seu desaparecimento à polícia

Por Thaís Oliveira Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 10 ago 2017, 20h53 - Publicado em 10 ago 2017, 19h28
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  • A Polícia Civil investiga a morte do engenheiro Cláudio Arouca, 49 anos. Ele foi encontrado morto em um banheiro da sede da Federação Espírita Estadual de São Paulo (Feesp), na Bela Vista, dois dias depois de a família ter comunicado seu desaparecimento à polícia. O caso aconteceu no dia 15 de julho.

    Arouca foi encontrado por um funcionário da limpeza dentro da última cabine do oitavo andar do prédio às 11h25. Segundo informações do boletim de ocorrência, ele havia ido ao centro na noite anterior. O corpo foi enterrado no dia seguinte, em Embu das Artes.

    O espaço foi periciado e o corpo de Arouca, encaminhado para o IML. O caso é investigado pelo 1º Distrito Policial (Sé) como morte suspeita – o resultado da autópsia só deve ser revelado em dois meses.

    O engenheiro vivia na Bahia e vinha com frequência a São Paulo para cuidar dos negócios imobiliários da família. Seu último contato havia sido na manhã de quinta (13), quando saiu com o carro da namorada. Parentes e amigos fizeram uma campanha nas redes sociais para encontrá-lo. “Ele não atendia celular, perdeu uma reunião importantíssima”, conta Adriana Colombo, ex-mulher do engenheiro.

    Naquele mesmo dia, o veículo foi encontrado no estacionamento da sede da Feesp, na Rua Maria Paula. Adriana e os irmãos de Arouca, então, pediram acesso às câmeras de segurança da entidade, que teria negado. De acordo com ela, o engenheiro era recém-adepto do espiritismo e fazia um tratamento na sede.

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    Na manhã de sábado (15), dia da morte, a ex-cunhada de Arouca foi ao prédio para pedir novamente o acesso às imagens, o que foi negado mais uma vez sob a justificativa de que haveria uma festa acontecendo.

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    (Reprodução/Facebook/Veja SP)

    Cerca de meia hora depois, foi informada de que um homem havia sido achado morto no banheiro. “Mas ela nem pensou que poderia ser ele”, conta André Arouca, irmão do engenheiro. Segundo ele, a família só foi oficialmente informada às 14 horas pela namorada de Cláudio, primeira a ser comunicada pela Feesp. Procurada, a namorada não respondeu os contatos da reportagem.

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    A principal suspeita da família é de que ele tenha passado mal no local. “O vídeo das câmeras do estacionamento o mostram com a mão no peito. A família tem histórico de doenças cardíacas, e ele estava com sobrepeso”, opina Adriana.

    Ela e o cunhado pretendem acionar o centro na Justiça por danos morais. “Ficamos inconformados com a atitude deles [negar o acesso às imagens do circuito interno]. Ele foi enterrado em caixão lacrado, sem velório, nossos três filhos sem saber o que estava acontecendo. Foram dias horríveis”, lamenta. “Ninguém teve culpa, mas fomos privados de um velório digno por negligência. O corpo estava em estado avançado de putrefação”, completa André.

    Procurada, a FEESP afirmou que não tem nada a declarar sobre o caso. Uma nota publicada no site da entidade informa que “a Polícia Civil continua realizando investigações sobre o ocorrido e o Instituto Médico Legal da Superintendência da Polícia Científica está periciando o material colhido, para fornecer o laudo médico legal“.

    O texto afirma também que a equipe tomou providências imediatas para contatar os parentes do engenheiro que, de acordo com o texto, “foram acolhidos e apoiados no 8º andar da FEESP, pela presidência e membros da diretoria da Federação Espírita do Estado de São Paulo, durante todo tempo que aqui permaneceram, até a saída do corpo, que foi enviado ao Instituto Médico Legal no final da tarde“.

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