Morre em São Paulo a artista plástica Renina Katz, aos 99 anos
Gravadora, desenhista e professora se mudou para São Paulo nos anos 1950 e deu aulas na USP por 20 anos

Morreu na terça-feira (21) em São Paulo a artista plástica Renina Katz, aos 99 anos. Nascida no Rio de Janeiro, a gravadora, desenhista, ilustradora e professora vivia em São Paulo desde a década de 1950. O velório aconteceu nesta quarta-feira (22) na capital paulista.
Considerada mestra da gravura e do ensino de arte no Brasil, suas obras tem um fino rigor técnico e uma poética inigualável, entre o realismo social e a abstração, como ressalta a Enciclopédia Itaú Cultural.
Ela começou nas artes ao cursar a Escola Nacional de Belas Artes, no Rio, entre 1947 e 1950. Licencia-se em desenho pela Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil e inicia na xilogravura em 1946. Muda-se para São Paulo em 1951 e leciona gravura no Masp (Museu de Arte de São Paulo) e na FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado) até a década de 1960.
Em 1956, publica o primeiro álbum de gravuras, intitulado “Favela”. A partir dessa data, passa a dar aulas na FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP (Universidade de São Paulo), onde permaneceu por 28 anos.
Renina era amiga de Eunice Paiva, mãe do escritor Marcelo Rubens Paiva, que foi retratada em seu livro “Ainda Estou Aqui” e no filme de Walter Salles de mesmo nome. Ele usou seu perfil no X, antigo Twitter, para lembrar da amizade das duas.
“Minha mãe, Eunice Paiva, deslocada e sozinha, ao voltar viúva pra São Paulo, tinha três amigas inseparáveis: Danda Prado, lésbica ativista, Lygia Fagundes Telles, também viúva, e Renina Kartz, solteira sem filhos, que morreu ontem. Madrugavam com uísque rindo do patriarcalismo”, escreveu Marcelo.
