Morre Cristina Buarque, cantora paulistana, aos 74 anos
Artista, conhecida por interpretar grandes clássicos do samba, lutava contra um câncer de mama

A cantora e compositora Cristina Buarque morreu aos 74 anos neste domingo (20) após lutar por cerca de um ano contra um câncer de mama. A notícia foi confirmada pelo filho da artista Zeca Ferreira, nas redes sociais.
“Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. ‘Bom mesmo é o coro’, ela dizia, e viveria mesmo feliz a vida escondidinha no meio das vozes não fosse esse faro tão apurado, o amor por revirar as sombras da música brasileira em busca de pequenas pérolas não tocadas pelo sucesso”, escreveu Zeca.
Uma dos sete filhos do historiador Sérgio Buarque de Holanda e da política e pintora Maria Amélia Buarque de Hollanda, Maria Christina Buarque de Hollanda nasceu em 23 de dezembro de 1950 na capital paulista. Criado no Rio de Janeiro, a cantora apaixonada pelo samba da velha guarda construiu uma longa e prolífica carreira, sendo intérprete de canções como Quantas Lágrimas, de Manacé.
Ela estreou a carreira musical em 1967, ano no qual participou do álbum Onze Sambas e Uma Capoeira, do paulista Paulo Vanzolini (1924-22013), no qual cantou Chorava no meio da rua. No ano seguinte, Cristina chegou a interpretar com o irmão Chico Buarque o samba-enredo Sem Fantasia, do terceiro álbum do compositor.
Cristina lançou o primeiro álbum em 1974, com sambas de lendas como Cartola (1908-1980) e Ivone Lara (1922-2018). Depois, realizou o disco Prato e faca (1976) e Arrebém (1978), Vejo amanhecer (1980), Cristina (1981) e Resgate (1994).