As investigações da Polícia Civil indicam que um dos principais suspeitos de envolvimento no caso do corpo esquartejado cuja cabeça foi encontrada na Praça da Sé seja um morador de rua ainda não identificado, que teria sido contratado pela amante da vítima para realizar o crime.
+ Para a polícia, esquartejado era motorista, tinha 55 anos e morava na Zona Sul
“Nos últimos dias, fizemos buscas em albergues da cidade, mas ninguém reconheceu o homem”, disse Itagiba Franco, delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). “Por isso divulgamos o retrato falado, para que as pessoas denunciem e nós possamos saber até que ponto ele teve participação no caso.”
A hipótese mais provável é de que a vítima era um homem de 55 anos e 1,85 metro de altura, que morava em Cidade Ademar, na periferia da Zona Sul de São Paulo.
+ Cabeça encontrada na Sé é reconhecida pela mulher e dois filhos da vítima
Na última quarta (2), a mulher e os dois filhos do homem fizeram o reconhecimento da reconstituição digital feita pela polícia da cabeça achada no centro. Aguardam-se agora os testes de comparação do DNA da vítima com o dos familiares para confirmar o parentesco. O resultado deve sair em até duas semanas.
De acordo com informações concedidas pela viúva para a polícia, a principal suspeita de encomendar o assassinato é uma mulher que foi amante da vítima por muitos anos. Os dois teriam rompido recentemente, por iniciativa dela, segundo a própria viúva relatou.
O caso
Por volta das 9h do dia 23 de março, um catador de papel encontrou em um saco de lixo duas pernas e dois braços humanos decepados. A sacola estava na esquina da Rua Sergipe com a Rua Sabará, em Higienópolis, em frente ao Cemitério da Consolação. Assustado, ele pediu a ajuda de um comerciante, que chamou a polícia.
Mais tarde, por volta do meio-dia, um tronco foi achado na região, na esquina da Rua Mato Grosso com a Rua Coronel José Eusébio. Os policiais também encontraram nas sacolas plásticas um vestido.
As pontas dos dedos e parte da pele do tórax foram arrancadas para dificultar o trabalho da perícia. “Já vi casos parecidos, mas este impressiona por causa dos detalhes. A pessoa agiu para dificultar o trabalho da polícia”, diz o delegado Itagiba Franco.
Na manhã do dia 27 de março, Policiais da Guarda Civil Metropolitana (GCM) encontraram uma cabeça dentro de um saco plástico na Praça da Sé, no centro. Os agentes foram alertados por um pedestre que reparou uma grande concentração de moscas no local. No mesmo dia, peritos confirmaram que a cabeça pertencia ao corpo desaparecido em Higienópolis.