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OLÁ,

Próxima ao centro, Mooca agora é a queridinha das construtoras

Bairro também tem terrenos disponíveis. Fábricas começam a dar lugar a novos empreendimentos

Por Pedro Marcondes de Moura
Atualizado em 1 jun 2017, 18h32 - Publicado em 2 jun 2011, 21h40
Família que mora na Mooca 2220a
Família que mora na Mooca 2220a (Fernando Moraes/)
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As mammas reunidas preparando os pratos da festa de San Gennaro, a fila de espera na pizzaria São Pedro aos sábados, os salgados da confeitaria Di Cunto e a forte concentração da colônia italiana permanecem como marcas da Mooca. Já o visual do bairro passa por intenso processo de transformação. As fábricas e os galpões industriais — responsáveis pelo desenvolvimento do local a partir do fim do século XIX — começam a dar lugar a novos empreendimentos.

No terreno onde funcionava a Companhia União dos Refinadores, com mais de 33.000 metros quadrados, entre as ruas Borges de Figueiredo, Guaratinguetá e João Antônio de Oliveira, a construtora Cyrela ergue quatro torres residenciais e uma comercial do condomínio Luzes da Mooca, com entrega prevista para 2013.

O exemplo ilustra uma tendência: a região virou a queridinha das empreiteiras e incorporadoras. Em 2010, foram colocados à venda nove empreendimentos, com dezessete torres e 1.651 apartamentos. Somados, os valores dessas unidades chegam a 1,1 bilhão de reais, o maior entre todos os bairros da cidade, segundo pesquisa da Lopes Inteligência de Mercado. No primeiro trimestre deste ano, ocorreram outros cinco lançamentos.

Para especialistas, o mercado imobiliário se expandiu do centro para áreas mais afastadas em anos anteriores e “pulou” a Mooca por causa de oportunidades oferecidas em regiões como Tatuapé e Anália Franco. Agora, o movimento mudou. “Ao contrário de outras regiões, ainda existe por lá um grande potencial de terrenos para ser explorado”, afirma o diretor comercial da incorporadora MAC, Rodrigo Gialluisi. “Por isso, a demanda continua aquecida.”

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O clima interiorano, em que vizinhos convivem há gerações, auxilia na venda dos produtos que chegam ao mercado, geralmente com três ou quatro quartos. Cerca de 60% dos compradores já moram na Mooca. Querem trocar a casa por apartamento sem perder o vínculo com amigos e familiares. É habitual, por exemplo, irmãos ou primos comprarem unidades no mesmo prédio.

“Quem nasce aqui não quer ir para outro local, só muda se precisar mesmo”, diz o diretor de marketing Marco Di Cunto Júnior. Próximo de se casar e sair da residência dos pais, ele espera a entrega de um imóvel. Escolheu permanecer onde sua família mora há mais de um século. “As pessoas são o que existe de melhor por aqui.”

O valor do metro quadrado dos lançamentos da região é de 5.947 reais, 11% acima da média da capital, de acordo com um levantamento recente da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp). O preço das casas e apartamentos tende a subir mais. “Prevemos uma valorização de 40% a 60% neste ano”, diz Fábio Rossi, diretor do Secovi e da imobiliária Itaplan. A empresa lidera a comercialização de apartamentos zero-quilômetro no bairro. “Quanto mais lançamentos de sucesso, mais as construtoras investem e os imóveis se valorizam”, explica.

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Portal de acesso entre o centro e a Zona Leste, a Mooca atrai também moradores de outros bairros por sua localização privilegiada. Vias de acesso importantes, como as avenidas do Estado, Salim Farah Maluf e Radial Leste, ligam a região a diversos pontos da capital. Em bairros vizinhos, como Tatuapé e Penha, não há muitas opções viáveis para escapar dos congestionamentos. “Passei a economizar cerca de meia hora por dia até meu trabalho, no Butantã”, conta o executivo Eduardo Te Peder. “Daqui eu tenho saída fácil para qualquer lugar, até para o litoral”, completa. Há três meses, ele, a esposa e os dois enteados se mudaram de uma casa no Parque São Lucas, também na Zona Leste, para um apartamento de alto padrão na Rua Guaimbé.

Para quem prefere deixar o carro em casa, o bairro conta com uma estação da CPTM e fica próximo a duas do metrô, Brás e Bresser. No campo de serviços, possui ainda três universidades (entre elas, a São Judas Tadeu, uma das maiores instituições de ensino privado da cidade), cinco hospitais, quinze colégios e 21 supermercados, segundo dados da Cognatis Geomarketing. Para o segundo semestre deste ano, está prevista a inauguração de um shopping center: erguido no terreno da antiga fábrica da Ford, o Mooca Plaza Shopping deverá ter cerca de 230 lojas.

Tabela imóveis na Mooca 2220a
Tabela imóveis na Mooca 2220a ()

 

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