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“Nise da Silveira – Senhora das Imagens” mistura terapia e arte

Monólogo narra biografia da psiquiatra alagoana, referência no tratamento da esquizofrenia

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 17h23 - Publicado em 16 fev 2012, 23h50
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  • Quando se lembra de figuras femininas emblemáticas do Brasil no século XX, logo vêm à mente a poetisa Patrícia Galvão, a Pagu, a ativista política Olga Benário e — por que não? — a comediante Dercy Gonçalves. Formada na Faculdade de Medicina da Bahia em 1926, a psiquiatra alagoana Nise da Silveira (1905-1999) tornou-se um daqueles nomes que estamos acostumados a ouvir, mas temos raras chances de conhecer profundamente. Desvendar um pouco de sua personalidade mostra-se o principal mérito do monólogo dramático “Nise da Silveira — Senhora das Imagens”, escrito e dirigido por Daniel Lobo.

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    Atuante contra as ditaduras do Estado Novo e do regime militar, ela virou referência no tratamento da esquizofrenia ao abolir o eletrochoque e estimular os pacientes a adotar a pintura e a escultura. Protagonizada por Mariana Terra, a bem cuidada montagem funde elementos cênicos para ilustrar a biografia, como a coreografia assinada por Ana Botafogo, a trilha sonora de João Carlos Assis Brasil e depoimentos em vídeo do poeta Ferreira Gullar e do diretor José Celso Martinez Corrêa e em off do ator Carlos Vereza.

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    Em meio a tantos recursos, Mariana sobressai nos momentos mais intimistas. Sentada em uma cadeira, a atriz encarna a médica e convence em pequenos depoimentos nos quais fala com a plateia. Na reta final, a intérprete prioriza o lado pessoal e homenageia seu pai, o psiquiatra Raffaele Infante, discípulo de Nise. Esse momento resulta um tanto particular e contribui para aumentar a duração da peça. Por outro lado, justifica a visão humana que o espetáculo faz questão de frisar.

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