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Mônica Martelli se firma como um dos maiores sucessos da temporada

Protagonista e autora da comédia Os Homens São de Marte... E É pra Lá que Eu Vou, a atriz fluminense já foi aplaudida por quase 100 000 paulistanos

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 19h27 - Publicado em 18 set 2009, 20h30
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  • Há três anos, a atriz Mônica Martelli sobe no palco e não vê cadeiras vazias. Desde que estreou no Rio de Janeiro, em abril de 2005, o monólogo Os Homens São de Marte… E É pra Lá que Eu Vou (assista ao vídeo ) se transformou em fenômeno. Chegou a São Paulo há um ano, depois de atrair 150 000 espectadores na capital fluminense, com o difícil desafio de bisar o feito por aqui. E não é que a atriz, até então desconhecida, passou no teste? Mais de 95 000 paulistanos já gargalharam com as desventuras de Fernanda, uma balzaquiana louca para desencalhar. As 670 poltronas do Teatro Procópio Ferreira lotam nas três sessões semanais, e os ingressos -– entre 50 e 70 reais – são disputados com, pelo menos, quinze dias de antecedência.

    O sucesso pode ser justificado por um jogo de espelho entre Mônica e seu público. Quem paga para se divertir com a tal solteirona, que, de tanto insistir, encontra o príncipe encantado, sai esperançoso. Afinal, tanto a personagem como a protagonista se deram bem graças à persistência. Formada em jornalismo e teatro, Mônica optou pela segunda carreira. Trabalhou com diretores de prestígio como Hamilton Vaz Pereira e Márcio Vianna, além de fazer pontas na novela Por Amor, na minissérie Os Maias e nos humorísticos Chico Total e Zorra Total, todos da TV Globo. No fim do mês, não pagava as contas sem a ajuda da mãe ou dos irmãos, um matemático e uma médica. Entre comerciais e figurações, Mônica achava-se um fracasso também no campo pessoal. Casou-se aos 21 anos e, aos 26, já estava separada. Aos 30 e poucos, não engatava um namoro. “Ser solteira aos 25 é uma festa, mas depois vira uma solidão sem fim”, afirma ela. Passou a anotar em um bloco suas experiências. Um caso perdido, uma decepção a mais, um mico e por aí vai…

    Foi no restaurante paulistano Spot que a sorte começou a sorrir para a moça. Em meio a um grupo de amigos gays, ela simpatizou com um rapaz. Pensou ter chance zero. Mônica relaxou, foi autêntica e, no fim da noite, ouviu do produtor musical Jerry Marques a frase que a fez passar de Gata Borralheira a Cinderela: “Dá seu telefone? Eu sou heterossexual, o.k?”. Logo passaram a namorar. Quando a atriz lhe falou das historinhas que escrevia a mão, ele decidiu apresentá-las a um diretor, o argentino Victor Garcia Peralta. “Pegamos um computador que ela tinha no fundo do guarda-roupa e começamos a trabalhar no texto”, conta Marques, 50 anos, um americano radicado no Brasil que abraçou a produção da montagem e coordena as seis pessoas da equipe. Como se fosse a chance derradeira, a família juntou 18 000 reais para Mônica transformar o delírio em realidade. “Não paguei o que devo a eles até hoje, mas vivo enchendo todo mundo de presentes”, confessa ela. Para manter o espetáculo em cartaz na cidade, ela gasta 15 000 reais mensais.

    Muitas vezes, Mônica acha que vai acordar a qualquer momento. Prefere ter cautela e não esbanja sem necessidade. Outro dia, comprou uma blusa em cinco prestações. Não dá festas nem freqüenta restaurantes caros. Ainda mora com Jerry Marques em um quarto-e-sala e paga 160 reais de condomínio. “Não tenho mais 20 anos de idade para empacar 4 000 reais num aluguel”, diz. A recompensa do sacrifício chegou. Mônica é proprietária do apartamento de seus sonhos, localizado a uma quadra da Praia do Leblon, e quase tudo o que ganha é destinado às reformas. Às vésperas de completar 40 anos – dia 17 –, ela aposentou o carro com o qual rodava desde 2003 e comprou uma Pajero. É na caminhonete que Mônica vai para a Globo gravar Beleza Pura, a novela das 7. “Fechei contrato com a garantia de que não trabalho de sexta a domingo, porque a peça é prioridade.” Na TV, ela interpreta Helena, que, depois de ficar viúva, assume a identidade do marido para sustentar a casa. “Fico feliz, pois ainda hoje toda vez que sou parada na rua é por fãs do teatro.” Agora, Mônica quer dar uma nova guinada. Depois de três gestações interrompidas, não controla a ansiedade em torno da realização do sonho da maternidade. “Preciso engravidar urgente. Não tenho mais tempo a perder e isso vai acontecer.” Alguém duvida?

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    Solteirice lucrativa

    150 000 pessoas

    assistiram à peça em dois anos apenas no Rio de Janeiro

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    95 000 paulistanos

    aplaudiram a comédia desde abril do ano passado

    18 000 reais

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    foi quanto Mônica arrecadou com a família para montar

    o espetáculo e, segundo ela, não pagou

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