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Ministério dos Direitos Humanos cobra rigidez na apuração de morte de jovem negro por PM

Policial militar diz ter atirado em marceneiro após um assalto por tê-lo confundido com criminoso

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 jul 2025, 17h18

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) manifestou nesta quarta-feira (9) por meio de nota solidariedade à família e aos amigos de Guilherme Dias Santos Ferreira, marceneiro negro de 26 anos que foi morto por um policial militar na sexta-feira (4). O agente alegou ter se enganado com o jovem.

Guilherme levou um tiro na cabeça em Parelheiros, Zona Sul de São Paulo, enquanto voltava para casa após um dia de trabalho. O policial militar Anderson Pereira de Almeida, 35, atirou no marceneiro após um assalto na região da Estrada Turística de Parelheiros, onde o agente teria confundido o jovem negro com um dos integrantes de uma quadrilha que tentou roubá-lo.

O jovem, porém, não tinha qualquer relação com a tentativa de assalto e caminhava em direção a um ponto de ônibus nas proximidades. O PM foi afastado

Anderson foi preso em flagrante por homicídio culposo e liberado após pagar fiança. As investigações seguem no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

“Mais uma vez, presenciamos a vida de um jovem negro ser interrompida pela violência, um cenário dolorosamente cotidiano em nossa sociedade. O que torna este caso ainda mais grave é o fato de o assassinato ter sido cometido por um agente de segurança pública, alguém que deveria zelar pela proteção da vida”, diz o comunicado do ministério, que continua.

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“O trágico episódio envolvendo Guilherme Dias é um alerta contundente de que precisamos, urgentemente, repensar as políticas de segurança pública e o papel de nossas forças policiais no combate à violência. É imperativo que a atuação policial seja pautada pelo respeito inegociável aos direitos humanos, garantindo a segurança de todos, sem jamais colocar em risco a vida de pessoas inocentes. Diante disso, o MDHC reitera a necessidade inadiável da adoção de uma formação contínua em direitos humanos pelos órgãos policiais, com a aplicação prática dessas diretrizes em seus protocolos operacionais. Necessariamente, essa formação deve incluir uma educação antirracista, combatendo o racismo institucional que, infelizmente, ainda permeia nossas estruturas de segurança pública e se manifesta em ações violentas e discriminatórias”, declarou o órgão.

O MDHC informou ainda que exige a apuração rigorosa do caso, com a responsabilização dos envolvidos.

“A justiça para Guilherme Dias e sua família é um passo fundamental para a construção de uma sociedade mais justa, onde a cor da pele não defina o risco de morte e onde a dignidade humana seja o nosso valor mais sagrado”, finalizou o comunicado.

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Por meio de comunicado, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo disse lamentar a morte de Guilherme e diz ter compromisso com a legalidade, transparência e respeito à vida. A pasta reiterou o afastamento do PM.

“A SSP não compactua com excessos nem com desvios de conduta por parte de seus agentes. A atual gestão investe na qualificação e modernização das forças de segurança, com foco na formação continuada do efetivo, na atualização dos protocolos operacionais e no uso de tecnologias de menor potencial ofensivo. Durante a formação, todos cursam disciplinas de Direitos Humanos que abordam o combate ao racismo, à violência de gênero e a outros crimes de intolerância”, informou a pasta.

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