A batalha judicial entre o apresentador Milton Neves, da Band, e a Jovem Pan, onde trabalhou por 33 anos, ganhou um novo capítulo na quarta-feira (3). O jornalista esportivo perdeu a ação por danos morais que movia contra a rádio. Ele afirma ter tido alterados o horário do programa e as escalas de trabalho.
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Os advogados de Neves argumentam que ele teve a imagem prejudicada ao ser posto na “geladeira”. No processo, dizem ter anexado cerca de 2 000 e-mails de ouvintes o chamando de “preguiçoso” e “vagabundo”.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) entendeu que não houve prejuízo ao apresentador. Com a decisão, a Jovem Pan ficou livre de pagar indenização de 3,5 milhões de reais. Apesar da derrota judicial, Neves diz que não vive uma maré de azar. “Minha vida é cheia de vitórias. Queria que todo mundo tivesse uma maré de azar como eu tive em 63 anos de vida.”
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A defesa da Jovem Pan comemorou o resultado. “A rádio está contente. A justiça foi feita. É um julgamento histórico. Não porque é o Milton Neves, mas pelo alto valor que ele pedia”, disse o advogado Maurício Pessoa. Os defensores do apresentador afirmam que vão recorrer. “O que pesou nessa decisão do TST é o fato de ele ser uma pessoa pública. O direito dele existia”, diz a advogada Ivani Gomes.
Desde 2005, o apresentador recorre à Justiça para tratar de questões trabalhistas com a rádio. Em julho deste ano, ele ganhou uma causa no valor de 8 milhões reais. No processo, alegou rescisão indireta de contrato, diferenças salariais e acúmulo de funções. Outro caso ainda espera decisão do TST, em Brasília. Neves pede a incorporação das comissões e das cotas de patrocínio ao salário. O valor da causa é de 30 milhões.
Outras ações
Além dos processos contra a Jovem Pan, o jornalista move ação contra o publicitário Roberto Justus, no valor de 15 milhões reais. Os dois seriam parceiros em um projeto criado por Justus, mas o publicitário teria desistido da empreitada dois meses depois da assinatura do acordo. O caso aguarda decisão em Brasília.
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No ano passado, Neves e a Rede Record também foram condenados a pagar 20 mil reais a um ex-jogador. Durante um programa, o jornalista disse que o atleta teria agredido fisicamente um árbitro alemão.