Mercadão é mais uma concessão para iniciativa privada; confira lista de equipamentos públicos na mesma situação
Essas parcerias são a principal marca das administrações da cidade e do Estado
Na terça-feira (8), os mercados Municipal e Kinjo Yamato, ambos no Centro, passaram às mãos do setor privado. O Consórcio Novo Mercado Municipal pagou 112 milhões de reais para gerir os espaços por 25 anos, além de prometer investir 83 milhões em melhorias. O negócio aumenta a longa lista de equipamentos públicos tornados temporariamente privados pelas gestões tucanas da prefeitura e do governo nos últimos dois anos.
Mais que qualquer obra de concreto, essas parcerias são a principal marca dessas administrações. “Elas têm a finalidade de imprimir eficiência e qualidade típicas da iniciativa privada na prestação dos serviços”, diz o governo. Estão na mira aeroportos, cemitérios, o Autódromo de Interlagos… Ao lado, algumas estruturas concedidas às empresas — e as promessas para cada uma.
PACAEMBU
Empresa: Allegra Pacaembu
Valor: 79 milhões de reais de outorga, mais investimentos de 300 milhões (e adicional de 32 milhões na outorga) nos próximos 35 anos
Duração: 35 anos
Promessas: a empresa afirma que vai manter os serviços gratuitos à população, além de transformar o Tobogã em um prédio de cinco andares com cafés, restaurantes, escritórios e uma praça
IBIRAPUERA E MAIS CINCO PARQUES
Empresa: Urbia
Valor: 70,5 milhões de reais de outorga, mais investimentos de 105 milhões nos próximos três anos
Duração: 35 anos
Promessas: mais restaurantes, segurança e iniciativas ambientais
COMPLEXO DO ANHEMBI
Empresa: GL Eventos
Valor: 53,7 milhões de reais de outorga, mais investimentos de 630 milhões em 30 anos
Duração: 30 anos
Promessas: modernização e revitalização do complexo. A prefeitura poderá usar o Sambódromo por 75 dias no ano para fazer o Carnaval e outros eventos
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VALE DO ANHANGABAÚ
Empresa: Consórcio Viva o Vale
Valor: 6,5 milhões de reais por ano
Duração: 10 anos
Promessas: a empresa vai explorar comercialmente o vale, recém-reformado (por valor que já passa de 105 milhões) e ainda sem data para a reabertura ao público
LINHAS 7 E 8 DA CPTM
Empresa: ViaMobilidade
Valor: 980 milhões de reais, mais investimentos de 3,2 bilhões (incluindo compra de novos trens)
Duração: 30 anos
Promessas: feita em abril, foi a primeira concessão da CPTM. A CCR, que liderou o consórcio vencedor, já opera as linhas 4-Amarela e 5-Lilás e vai administrar o monotrilho da linha 17-Ouro. Precisará cumprir
MERCADO DE SANTO AMARO
Empresa: Consórcio Fênix
Valor: 80 milhões de reais em outorga e investimentos
Duração: 25 anos
Promessas: primeira concessão da então gestão Bruno Covas a sair do papel, em agosto de 2019, o mercado tinha a promessa de uma reforma ampla — o local havia sofrido um incêndio em 2017. As obras só começaram em agosto passado, um ano após a concessão
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CAMINHOS DO MAR
Empresa: Parquetur
Valor: 4 milhões de reais de outorga, mais 11 milhões em investimentos (dos quais 5,5 milhões nos próximos três anos)
Duração: 30 anos
Promessas: estimular o ecoturismo, fazer manutenção nas áreas de uso público e restaurar os monumentos históricos do núcleo localizado no Parque Serra do Mar
TERMINAIS DE ÔNIBUS
Empresa: Unitah Empreendimentos e Participações
Valor: 11 milhões de reais de outorga
Duração: 30 anos
Promessas: modernizar os serviços dos terminais Ana Rosa, Armênia, Santana, Parada Inglesa, Artur Alvim, Patriarca/Norte, Vila Matilde/Norte, Penha/Norte, Carrão/Norte, Carrão/ Sul, Tatuapé/Norte, Tatuapé/Sul e Brás
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Publicado em VEJA São Paulo de 16 de junho de 2021, edição nº 2742