Portador de um tipo raro de leucemia, o norte-americano Tancrède Bouveret, de 11 anos, foi submetido a um transplante de medula óssea no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, na tarde desta quarta (28). Amigos da família informaram que o procedimento foi bem sucedido. O rapaz está bem.
O pai de Tancrède, David Arzel, explicou que os médicos fizeram uma infusão de células tronco. “Ele ficou acordado durante todo o processo.” Segundo Arzel, nos próximos dias será possível saber se o organismo do menino aceitou as novas células.
Nascido na Califórnia e há seis anos morando no Brasil, o menino de 11 anos foi diagnosticado com síndrome mielodisplásica, sendo o transplante o único tratamento possível para salvá-lo. Com dificuldade para encontrar um doador compatível, seus pais, Luc Bouveret e David Arzel, iniciaram uma campanha nacional. A mobilização deu resultado e um doador foi encontrado em junho. O procedimento só não foi realizado antes porque o menino precisou ficar internado para recuperar os quilos perdidos durante o tratamento quimioterápico.
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A doença afeta a produção e o tempo de vida das células sanguíneas, deixando o corpo com imunidade baixa. Por isso, o garoto não podia sair do quarto do hospital nem para procurar tratamento fora do Brasil, pois ficaria ainda mais exposto a doenças e bactérias. Sua rotina incluia três transfusões de sangue por semana e ingestão de muitos remédios fortes.
Na página “Campanha Tancrède” no Facebook, os pais do garoto escreveram uma extensa mensagem para agradecer o apoio das pessoas. “Que todos possamos nos unir pela presença ou pelo coração para ajudá-lo nesse momento sofrido e continuar o processo da cura pelo amor. Chegou o momento de provar para a humanidade que o poder da UNIÃO é a chave de um mundo novo, onde a solidariedade e o amor formarão a base de uma sociedade feliz. Que a história de Tancrède seja um exemplo para todos, e que vocês todos sejam um exemplo para a humanidade”, dizia a mensagem.
A campanha pela saúde de Tancrède também mobilizou celebridades como Neymar, Isabella Fiorentino e até presidente Dilma Rousseff. Com isso, o número de doadores de medula óssea no hemocentro da Santa Casa, em São Paulo, disparou dos doze candidatos habituais para 1 200 voluntários em apenas um dia.