Melhor do mundo em 2013, Davi Rios visita o Drink Festival
Bartender espanhol já venceu o campeonato World Class e hoje aproveita para compartilhar conhecimentos na área
Extrovertido, talentoso e cheio de conhecimentos para carregar na mala por aí. Esse é o bartender Davi Rios, eleito o melhor do mundo no campeonato World Class, da DIAGEO, em 2013. Vindo de Bilbao, no País Basco (região no norte da Espanha), Davi esteve no Brasil para abrir o World Class Drink Festival, provar drinks com ingredientes tipicamente brasileiros e aproveitar uma nova fase da vida: está focando no seu trabalho de consultoria pelo mundo, enquanto se prepara para abrir um bar ambicioso em Dubai, no ano que vem, com diversos cozinheiros famosos.
Por aqui, o bartender fez sucesso. Participou de masterclasses, atuou como guest bartender em eventos do World Class Drink Festival e bateu papo com outros companheiros consagrados. “A troca de informações é vital para o nosso trabalho e para o aperfeiçoamento contínuo da nossa profissão”, diz.
Para ele, os profissionais da coquetelaria fazem, hoje em dia, parte de uma grande família mundial. “Posso ir para qualquer lugar do mundo certo de que vou encontrar amigos para trocar ingredientes e perguntar sobre a coquetelaria local. Antigamente, havia apenas concorrência na classe, não amizade. Era cada um por si”, comenta. Para Rios, o que mudou essa relação foi a criação do selo World Class, em 2009.
O campeonato mundial de coquetelaria, promovido pela DIAGEO pela primeira vez naquele ano, atraiu participantes de 19 países. A última edição, de 2016, praticamente triplicou esse número: recebeu representantes de 58 pontos do mapa-múndi.
O universo da coquetelaria sempre teve uma pegada informal, o que também dificultou por muito tempo uma união dos bartenders. “Muita gente fazia bico em bar: trabalhava lá para pagar uma viagem, a faculdade, um show. Isso criou um preconceito. Hoje as pessoas estudam muito para serem bons bartenders; a profissão é mais respeitada, mais legítima. O nível aumentou, e o selo World Class teve um papel fundamental nisso.”
Davi acredita que um movimento similar aconteceu com os cozinheiros nas décadas de 1970 e 1980, quando começaram a criar comunidades ao redor do mundo. Mas os bartenders precisaram se firmar sobre solo um pouco mais delicado: o do consumo de bebida alcoólica. “Hoje falamos muito sobre consumo responsável. Ninguém quer um bêbado no seu bar; queremos que as pessoas aproveitem com consciência, que tenham uma boa experiência, com produtos de qualidade e sem exageros.”
“Meu drink favorito é o short drink. Assim, consigo provar vários.”
Rios acredita que o drink combina com o ânimo. “A bebida que mais gosto muda todos os dias. Depende da companhia, do lugar, da estação do ano… o importante é provar o que ainda não conhecemos. Se eu tivesse que escolher, diria que meu drink favorito é o short drink. Assim, consigo provar vários”, brinca. Para ele, essa é uma das vantagens do Drink Festival: ter uma nova experiência. “Chegar até as pessoas, ampliar o conhecimento do público final sobre os drinks, permitir que provem sabores diferentes, esses são os objetivos. Não dá para chegar até o público com misturas malucas e nomes complicados sem explicar o que estamos fazendo ali, quais ingredientes estamos usando, por que eles combinam. As pessoas precisam entender mais o que fazemos, para que cheguemos até elas, e um festival como esse nos aproxima”, conclui o bartender.