Em 2010, quando conquistou 19,6 milhões de votos, ou 19,3% do total, Marina Silva, então no PV, negou-se a apoiar um dos dois candidatos que avançaram ao segundo turno da eleição presidencial. Com as alianças políticas inalteradas, Dilma Rousseff levou a disputa contra José Serra, por 46,9% a 32,6%.
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Neste ano, a história deve ser diferente. Agora no PSB, mas novamente fora da etapa final da briga pelo Palácio do Planalto, a ex-senadora dá indícios de que apoiará o tucano Aécio Neves. “O Brasil sinalizou claramente que não concorda com o que está aí”, declarou, em uma entrevista coletiva na noite de domingo (5), em um centro de eventos da Zona Oeste. “O país vem dando sustentação a uma mudança que seja qualificada”, completou.
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A aliança, no entanto, não será fácil, e Marina indica que fará exigências para subir no palanque ao lado de Aécio. “Temos de ser coerentes e vamos nos manter fiéis ao nosso programa de governo”, afirmou. “A adesão a alguns desses pontos é a base para qualquer diálogo.” Mesmo com as ressalvas ao PSDB, a ex-ministra do Meio Ambiente praticamente afastou a possibilidade de se juntar ao PT, ao criticar a “despropositada agressividade” da campanha das últimas semanas.
Iniciando o movimento de aproximação, Aécio comemorou a passagem ao segundo turno afagando a ex-adversária e agora possível aliada. “Tenho enorme respeito pessoal pela ex-ministra e senadora Marina Silva”, afirmou. “É hora de unirmos as forças, a minha candidatura não é mais a de um partido político.”
Nos bastidores, nomes próximos a Marina já declararam apoio a Aécio, como o economista Eduardo Giannetti. O vice da chapa, Beto Albuquerque, e Márcio França, vice de Geraldo Alckmin, são políticos do PSB que também devem trabalhar pela parceria com o PSDB. Um dos partidos aliados, o PPS, já assume a adesão ao tucano. A expectativa é que a decisão seja anunciada até quarta.
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Ainda que Marina se junte a Aécio, é evidente que a transferência da preferência dos eleitores não será automática. Dilma terminou o primeiro turno com 43,2 milhões de votos (41,5%), contra 34,8 milhões do candidato do PSDB (33,5%). Ou seja, dentro do universo de 22,1 milhões de votos conquistados pela ex-senadora no primeiro turno (21,3%), Aécio precisa faturar cerca de 8,3 milhões a mais que a petista.
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No estado de São Paulo, onde o PT costuma amargar forte rejeição e Marina obteve quase 6 milhões de votos, essa migração deve ser em massa. Mas em Pernambuco, região em que a candidata do PSB venceu ao conquistar 2,3 milhões dos eleitores, mas um tradicional reduto de Lula, o movimento deve ser inverso. O segundo turno será no dia 26 de outubro.