Fundado em 1948 pelo empresário Ciccillo Matarazzo, o Museu de Arte Moderna quase foi extinto pelo próprio criador, no início dos anos 60. Matarazzo resolveu transferir toda a coleção para o então recém-nascido MAC-USP. Apenas por esforços de alguns conselheiros o MAM conseguiu sobreviver, mas sem acervo nem sede. A recuperação começou em 1966, com a morte do colecionador Carlo Tamagni e a doação de 81 obras. Dois anos depois, o museu ganhou um novo espaço, no Parque do Ibirapuera. Agora, a exposição “O Retorno da Coleção Tamagni” apresenta, a partir de sexta (13), o grupo completo de peças que garantiu o recomeço de uma das principais instituições paulistanas. A coleção só havia sido exibida na íntegra em 1968, numa mostra no Conjunto Nacional.
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Entre os destaques estão ícones modernistas como Tarsila do Amaral, Volpi e Livio Abramo. Aldo Bonadei marca presença com “Núcleo”, de 1945, uma natureza-morta influenciada pelo francês Paul Cézanne (1839-1906). Trabalhos contemporâneos são postos em diálogo no espaço expositivo. Caso da barulhenta instalação “Totó Treme-Terra”, do coletivo Chelpa Ferro ou de um cavalete de vidro cravejado de tiros assinado por Marcelo Cidade, referência aos suportes elaborados por Lina Bo Bardi e usados para expor pinturas nos primórdios do Masp, posteriormente abandonados. “Juntar essas facetas tão diversas nos ajuda a fazer uma ampla reflexão acerca da história do MAM”, diz Felipe Chaimovich, curador ao lado de Fernando Oliva.